Atualmente os jovens dos 16 aos 18 anos não podem receber a profilaxia do VIH/Sida, porque a regulamentação portuguesa não o permite. O alargamento da profilaxia pré-exposição (PrEP) aos adolescentes carece ainda do aval da Direção-geral da Saúde (DGS) e da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), apesar de a medida estar aprovada a nível europeu.

No entanto, a DGS garante que vai ser possível alargar em breve a PrEP aos jovens dos 16 aos 18 anos, avança a TSF. A PrEP evita o contágio do vírus da Sida para pessoas de risco e está a ser administrada pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) apenas a adultos.

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Em stand by

Os médicos do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, alertam que a atividade sexual não começa só depois dos 18 anos: trata-se de "uma população onde este risco [de contágio do VIH/Sida] é real pois muitas vezes têm mais parceiros". "A visa sexual não existe só depois dos 18 anos", critica Maria João Rocha, responsável pela unidade de infecciologia da pediatria do hospital.

Foi neste hospital que abriu a primeira consulta para dar a PrEP a adolescentes em Portugal. A consulta começou em maio e, pouco depois, ficou em stand by, quando o hospital se apercebeu que a norma extraordinária para dar esta profilaxia a quem tem comportamentos de risco só o previa para adultos, apesar da sua aprovação europeia.

"Os adolescentes pensam que são imortais e é real a probabilidade de não usarem nada para evitar estas doenças", não sendo por acaso que é nestas faixas etárias que existem maiores taxas de doenças sexualmente transmissíveis, diz a médica Maria João Rocha.

O único caso de um adolescente que chegou a ir à consulta do hospital da Estefânia, quando se inscreveu não tinha VIH/Sida. Porém. quando chegou à consulta, um ou dois meses depois, o vírus já estava no corpo.