Já abaladas pelas tensões entre China e Estados Unidos, assim como pela incerteza em torno do Brexit, as trocas comerciais mundiais vão sofrer uma quebra de "dois dígitos" em "quase todas as regiões" do planeta, especialmente na América do Norte e na Ásia, afirmam economistas da instituição.
Segundo a OMC, o comércio mundial retrocederá até 32% em 2020 devido ao coronavírus. América Latina e Europa também sofrerão quedas de mais de 30%.
O desastre económico causado pela COVID-19, que afeta praticamente todos os países do planeta e forçou mais da metade da Humanidade a permanecer confinada, poderá provocar "a recessão mais profunda da nossa existência", advertiu a organização com sede em Genebra.
"O objetivo imediato é controlar a pandemia e mitigar os danos económicos causados a indivíduos, empresas e países", disse o diretor-geral da OMC, Roberto Azevedo, citado no relatório, no qual convidou os formuladores de políticas a "começarem a planear" o futuro pós-pandemia.
A crise comercial "provavelmente será maior do que a contração do comércio causada pela crise financeira global de 2008-2009", frisou a OMC.
Embora ambos os episódios sejam "semelhantes em certos aspetos", particularmente em relação a uma intervenção em massa dos governos para apoiar empresas e famílias, a crise atual é mais ampla.
"Por causa das restrições, que afetam os deslocamentos e o distanciamento social, ambos impostos para impedir a propagação da doença, a oferta de trabalho, de transporte e de viagens é diretamente afetada", explica a OMC.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes, mais 35 do que na véspera, e 13.141 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira.
Dos infetados, 1.211 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 196 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
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