A responsável da organização para a Europa, Zsuzsanna Jakab, afirmou que o frio, mesmo quando não está no seu pico, “pode ser prejudicial para a saúde das pessoas de muitas formas”. De acordo com Zsuzsanna Jakab, as temperaturas que se têm feito sentir em muitos países da Europa “podem agravar condições existentes e aumentar o risco de pressão alta, ataques cardíacos e AVC”.

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O risco é maior no que respeita às pessoas com menos rendimentos. “Normalmente, as casas mais pobres são as mais atingidas”, porque as pessoas “têm menos dinheiro para aquecer adequadamente as casas”.

Mas o maior perigo refere-se a “pessoas sem-abrigo, refugiados e migrantes”, disse Zsuzsanna Jakab, sublinhando que estes são os alvos mais vulneráveis ao frio, sobretudo quando não têm “roupa apropriada, comida ou cuidados médicos”.

A vaga de frio proveniente da Sibéria provocou, até final de quarta-feira, a morte de quase 50 pessoas na Europa, muitas delas sem-abrigo, e continua a causar estragos e a semear o caos nos transportes.

"Besta do Oriente", "Urso Siberiano" ou "Canhão de Neve"

Apontada como "A Besta do Oriente" pelos meios de comunicação britânicos, "O Urso Siberiano" pelos media na Holanda ou o "Canhão de Neve" na Suécia, a onda de frio fez pelo menos 47 mortos desde sexta-feira.

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 De acordo com um balanço feito com informação da agência AFP, registaram-se 18 mortos na Polónia, seis na República Checa, cinco na Lituânia, quatro em França e na Eslováquia, dois em Itália e na Roménia, na Sérvia e na Eslovénia, um na Holanda e pelo menos um em Espanha, no País Basco. Na Estónia, o frio matou sete pessoas em fevereiro.

Na noite de terça para quarta-feira, o mercúrio caiu para -21°C nas regiões montanhosas da Croácia e da Bósnia, -20°C em Lübeck, no norte da Alemanha, -19°C no sul da Polónia, -18°C perto de Liège na Bélgica e -10°C nas proximidades de Londres.

Em toda a Europa, a neve e o gelo causaram estragos nas estradas e muitos voos foram cancelados além de encerrar muitas escolas, incluindo em Portugal.

As medidas da Direção-Geral da Saúde (DGS) contra o frio

  • Mantenha o corpo quente – use luvas, cachecol, gorro/chapéu, calçado e roupa quente, utilizando várias camadas de roupa;
  • Hidrate-se: ingira líquidos e sopas quentes.
  • No exterior, tenha cuidado com as condições do piso; Use sapatos confortáveis; Mantenha-se em contacto e atento aos outros, ajude-os a protegerem-se.

A DGS recorda ainda que "se utilizar lareiras, braseiras, salamandras ou equipamentos de aquecimento a gás mantenha a correta ventilação das divisões de forma a evitar a acumulação de gases nocivos à saúde, evitando os acidentes por monóxido de carbono que podem causar intoxicação ou morte".

"Não utilize fogão a gás, forno ou fogareiro a carvão para aquecer a casa" e "evite dormir muito perto da fonte de calor", recomenda ainda a DGS.

"Apague ou desligue os sistemas de aquecimento antes de se deitar ou sair de casa, de forma a evitar fogos ou intoxicações", frisa.

Cuidados especiais com a alimentação

A DGS recomenda fazer refeições mais frequentes encurtando as horas entre cada uma.

Deve dar-se preferência a sopas e a bebidas quentes, como leite ou chá e aumentar o consumo de alimentos ricos em vitaminas, sais minerais e antioxidantes (por exemplo, frutos e hortícolas), pois contribuem para minimizar o aparecimento de infeções.

A DGS recomenda ainda uma alimentação variada e saudável, evitando alimentos fritos, com muita gordura ou açucarados, e reduzir na ingestão de bebidas alcoólicas que provocam vasodilatação com perda de calor e arrefecimento do corpo.