"É um alerta vermelho que nos pede para que enfrentemos as desigualdades inaceitáveis que existem entre países ricos e países pobres no que diz respeito aos serviços de combate ao cancro", disse Ren Minghui, vice-diretor-geral da OMS, em comunicado.

Segundo a OMS, os recursos limitados concentrados no combate a doenças infeciosas e na melhoria da saúde materno-infantil dos países em desenvolvimento deixou o combate ao cancro nestes países para segundo plano. "Quando as pessoas têm acesso aos cuidados básicos e aos sistemas de orientação, é possível detetar o cancro num estágio inicial, tratá-lo de forma eficaz e curá-lo", frisou.

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O cancro é a segunda causa de morte em todo o mundo, depois das doenças do aparelho circulatório. A luta contra o tabagismo, a vacinação contra a Hepatite B e a vacinação contra o papilomavírus humano são algumas das medidas defendidas pela OMS para combater o cancro do pulmão, do fígado e do colo do útero, respetivamente.

"Pelo menos sete milhões de vidas podem ser salvas na próxima década", afirmou o diretor geral da OMS, Tedros Ghebreyesus.

Segundo os números mais recentes, em 2018 havia mais de 18,1 milhões de pessoas com algum tipo de cancro, fatal em 9,6 milhões dos casos.

O cancro é responsável por mais de um quarto das mortes na União Europeia, com o cancro do pulmão a revelar-se o mais fatal entre os homens e o cancro da mama entre as mulheres, segundo dados do Eurostat.

Quase 1,2 milhões de pessoas morreram de cancro no conjunto dos 28 Estados-membros, em 2016, o que representa 26% de todas as mortes registadas na União.

Nesse ano, morreram em média 257 pessoas por cada 100 mil habitantes na União devido a cancro, com Portugal ligeiramente abaixo da média comunitária (246), tendo a população masculina sido mais afetada do que a feminina: 656.100 mortes entre os homens (29% de todos os óbitos entre a população masculina), 511.600 entre as mulheres (23% das mortes).

Entre os homens, o cancro do pulmão foi o mais fatal (165 mil casos mortais, o que representa 25% de todas as mortes causadas por cancro na população masculina da UE), seguido do cancro colorretal (77.400 mortes, 12%) e do cancro da próstata (65.200 óbitos, 10%). Com Lusa