"Agora que o coronavírus se espalhou para muitos países, a ameaça de uma pandemia tornou-se muito real. Mas esta seria a primeira pandemia da história que pode ser controlada", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus durante uma conferência de imprensa em Genebra.
"Não estamos à mercê do vírus" porque "as decisões que tomamos podem influenciar a trajetória" da epidemia, frisou.
"Mesmo se a chamarmos de pandemia, ainda podemos controlá-la", estimou, insistindo: devemos lembrar que, com uma ação rápida e decisiva, podemos retardar o coronavírus e prevenir novas infeções".
A OMS declarou a última pandemia global em 2009, com a gripe A.
O diretor-geral da OMS lançou outra mensagem de esperança, dizendo que "a maioria" dos infetados poderá recuperar. Assim, dos "80.000 casos relatados na China", berço da epidemia, "mais de 70% já recuperaram", detalhou.
Surgido em dezembro na China, o coronavírus afeta todos os continentes, exceto a Antártica, e atrapalha a vida cotidiana e económica de um número crescente de países. Já causou mais de 3.800 mortes em 100 países e territórios, de acordo com um relatório estabelecido pela AFP.
"Ao contrário da gripe, podemos atrasá-lo, podemos desacelerá-lo", disse o responsável pelo Programa de Emergência da OMS, Michael Ryan, expressando a esperança de que as medidas de contenção da Itália funcionem e ajudem a conter a epidemia na Europa. "Não nos preocupa a palavra, mas sim a reação que provoca e queremos que esta seja a de continuar a lutar, não a de abandonar", acrescentou.
O diretor-geral da OMS também instou os países a não desistirem perante o coronavírus com o pretexto de que afeta principalmente os idosos, frisando que isso seria uma "decadência moral". "Todo o ser humano conta", alertou.
Veja em baixo o mapa interativo com os casos de coronavírus confirmados até agora
Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.
Portugal regista 30 casos confirmados de infeção, todos hospitalizados, mas nenhum nos cuidados intensivos, segundo o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde, divulgado no domingo.
A epidemia de COVID-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 3.800 mortos.
Cerca de 110 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 62 mil recuperaram.
Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 366 mortos e mais de 7.300 contaminados pelo novo coronavírus.
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