"Foi negativo o resultado do teste efetuado, ao começo da tarde, ao Presidente da República. Apesar de continuar sem sintomas viróticos, o Presidente da República continuará a trabalhar em casa até perfazer as duas semanas referidas na nota ontem divulgada", lê-se na nota.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fez, ao final da manhã desta segunda-feira, o teste de despiste de uma possível infeção por COVID-19. O Chefe de Estado, de 71 anos, não apresenta sintomas da doença, mas o teste foi feito como parte de um conjunto de medidas profiláticas.
O primeiro-ministro, António Costa, já contratulou o Presidente da República pelo resultado das análises.
Numa mensagem partilhada no Twitter, o governante assinalou também o 4.º aniversário da tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa, "com votos de que o ano que agora se inicia seja assinalado pelo mesmo nível de sucesso".
De acordo com imagens recolhidas pela SIC, pouco antes de o resultado do teste ser colocado na página da Presidência, foi o próprio chefe de Estado, sorridente, que transmitiu a notícia, a partir do terraço da sua residência em Cascais e com alguma distância, a alguns jornalistas que se encontram no local.
“Está a ser posta agora a nota, o resultado deu negativo, eu vou continuar a trabalhar aqui em todo o caso até à semana que vem, até se preencherem os 15 dias sobre o encontro”, precisou.
Questionado sobre como tem ocupado o tempo, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que esteve “a trabalhar no Orçamento do Estado, entre outras coisas”.
No domingo, fonte oficial da Presidência da República explicava que, apesar de Marcelo Rebelo de Sousa, de 71 anos, não apresentar sintomas da doença Covid-19 iria realizar o teste como medida de prevenção.
Horas antes da informação sobre a realização do teste, a Presidência da República havia anunciado que Marcelo Rebelo de Sousa suspendeu a agenda por duas semanas e irá permanecer em casa sob monitorização, "apesar de não apresentar nenhum sintoma" de infeção pelo novo coronavírus.
A decisão foi tomada depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter estado na terça-feira, no Palácio de Belém, em Lisboa, com uma turma de uma escola de Felgueiras (Porto), que foi encerrada devido ao internamento de um aluno.
"Atendendo ao que se sabe hoje e não se sabia na terça-feira passada, tendo ouvido as autoridades de saúde, o Presidente da República, apesar de não apresentar qualquer sintoma virótico, decidiu cancelar toda a sua atividade pública, que compreendia várias presenças com número elevado de portugueses, assim como a própria ida a Belém, durante as próximas duas semanas. O mesmo fará com deslocações previstas ao estrangeiro", lê-se na nota emitida por Belém no domingo.
Durante esse período, Marcelo Rebelo de Sousa "será monitorizado em casa".
Apesar de sublinhar que nem o aluno internado nem a turma deste estiveram em Belém, a Presidência explica que tendo ouvido as autoridades de saúde, "o presidente da República, apesar de não apresentar qualquer sintoma virótico, decidiu cancelar toda a sua atividade pública, que compreendia várias presenças com número elevado de portugueses, assim como a própria ida a Belém", durante as próximas duas semanas.
"Entende o presidente da República que deve dar exemplo reforçado de prevenção, sem embargo de continuar a trabalhar na sua residência particular", esclarece a nota da Presidência.
30 casos confirmados em Portugal
Em Portugal há 30 casos confirmados de coronavírus, segundo dados oficiais da Direção-geral da Saúde (DGS). Todos os pacientes com o novo coronavírus estão hospitalizados, nenhum em cuidados intensivos. Do total de doentes, 18 são homens e 12 são mulheres. Quanto a grupos etários, os 30 casos inserem-se entre todas as faixas etárias compreendidas entre os 10-19 e os 70-79 anos, segundo o último boletim da DGS.
A DGS comunicou também que 447 pessoas estão sob vigilância por contactos com infetados.
Face ao aumento de casos de infeção, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte e a limitação de visitas às prisões de todo o país.
Foram também encerrados temporariamente alguns estabelecimentos de ensino secundário e universitário.
A epidemia de COVID-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 3.800 mortos. Cerca de 110 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 62 mil recuperaram.
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