Melissa Benoit, de 32 anos, esteve à beira da morte. Para além de sofrer de fibrose quística, uma doença hereditária grave e mortal que faz com que certas glândulas produzam secreções anormais, esta canadiana contraiu uma gripe.

A mulher foi internada, medicada e assistida com ventilação artificial, mas o seu estado de saúde não melhorava. A infeção bacteriana não respondeu ao tratamento com antibióticos e os órgãos começaram a entrar em falência.

Os clínicos do Hospital Geral de Toronto, no Canadá, viram-se obrigados a tomar medidas radicais para salvar a vida da jovem: removeram-lhe os pulmões, que estavam irremediavelmente infetados e em degradação acelerada, e ligaram-na a um complexo sistema de suporte de vida, à espera da primeira oportunidade para um transplante. Os pulmões "novos" chegaram seis dias depois.

Melissa, mãe de uma menina de três anos, salvou-se graças a este procedimento do cirúrgico, o primeiro do género na história da medicina.

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O caso foi alvo de um artigo científico publicado esta semana no Journal of Thoracic and Cardiovascular Surgery.

"Foi uma discussão difícil porque estávamos a falar de algo que, tanto quanto sabíamos, nunca tinha sido feito, havia muitas incertezas", conta, citado pelo The Huffington Post, Niall Fegusson, diretor dos cuidados intensivos do University Health Network, unidade que integra o Hospital Geral de Toronto.

"Ela estava a morrer e se não fizéssemos qualquer coisa teria morrido nesse dia", acrescenta.

Melissa foi operada e esteve seis dias ligada a um sistema de suporte de vida à espera de uma cirurgia de transplantação e de órgãos compatíveis que acabaram por chegar.

A fibrose quística é uma doença hereditária de elevada mortalidade. Muitas pessoas que sofrem desta patologia morrem ainda jovens, mas cerca de 35 % chegam à idade adulta.