Nos EUA, uma mulher autorizou os médicos a desligar as máquinas de suporte a um desconhecido que estava em morte cerebral a pensar que era um familiar próximo. O Hospital St. Barnabas, em Nova Iorque, ligou a Shirell Powell para a avisar que o irmão Frederick Williams tinha dado entrado na unidade hospitalar em estado grave. Três dias depois, os médicos informaram-na que o quadro clínico era irreversível.
Na altura, perguntaram à mulher de 49 anos se queria desligar o equipamento que o mantinha vivo artificialmente, para acabar com a agonia do irmão. Depois de chamar as sobrinhas para se despedirem do pai, foi confrontada com o engano por um médico. O homem a quem tinha autorizado a morte era, afinal, Frederick Clarence Williams, um paciente internado 72 horas antes na sequência de uma overdose.
O erro terá partido do funcionário que, confundindo os nomes dos contactos de emergência no sistema informático do hospital, ligou para Shirell Powell em vez de telefonar para um familiar da vítima, que, além do nome idêntico, tinha a mesma idade. Em declarações ao The New York Post, a mulher admitiu a confusão. "Apesar de ter um tubo na boca e estar inchado, era muito parecido com o meu irmão", assegura.
Apesar de só ter sido tornado público agora, o episódio de negligência médica ocorreu a 29 de julho de 2018. A tragédia acabou por conduzir ao paradeiro de Frederick Williams, que estava, afinal, detido na prisão de Rikers Island, em Nova Iorque, onde a irmã o visitou semanas depois. Agora, Shirell Powell quer uma indemnização por danos morais. A administração do hospital já disse que não considera o pedido justificado.
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