Apesar de inicialmente pensada para crianças com alguma patologia ou para filhos de quem está doente em casa, esta iniciativa, que tem entre os vários parceiros o Instituto de Apoio à Criança (IAC), abrange todas as crianças e famílias, que com o confinamento se viram obrigadas a deixar de brincar na rua com os amigos.
“O brincar é para toda a vida, não é só para crianças. Enquanto linguagem universal, permite que pessoas com línguas diferentes se entendam. Quando as crianças vão à praia, não falam a mesma língua dos estrangeiros que encontram, mas conseguem brincar juntas e fazerem-se entender”, disse à Lusa Melanie Tavares, do IAC.
“É um movimento pensado para crianças, mas com um apelo também a que se brinque enquanto adulto”, acrescentou a coordenadora do setor da atividade lúdica do IAC, explicando que o instituto foi desafiado para esta ideia pela empresa biofarmacêutica AstraZenca.
A responsável sublinha o trabalho que o IAC tem desenvolvido para sensibilizar a população para a importância do brincar, sobretudo a iniciativa que promove anualmente nos jardins do Palácio de Belém no Dia Internacional do Brincar, que se assinala na quinta-feira.
“No ano passado juntámos quase 5.000 crianças e famílias. Este ano não vamos poder fazer, pois é um ano diferente, mas também por isso queremos levar a brincadeira para dentro de casa. Brincar é uma coisa séria, promove o desenvolvimento integral da criança, estimula a saúde física e mental e pode ser usado como estratégia de aprendizagem”, afirmou a responsável.
Melanie Tavares explica que as famílias podem inscrever-se no #MovimentoViverIntensamente através do ‘site’ (https://viverintensamente.com/) e serão depois desafiadas com diversas propostas todas as semanas. As primeiras 1.000 famílias inscritas receberão sementes para semear em casa.
“A ideia é falar com as autarquias para que sejam elas a ajudar a encontrar espaços para que as sementes que as famílias semearem em casa, em vasos, possam ser depois transplantadas para um espaço público”, explicou.
As atividades serão para as crianças fazerem até ao dia em que voltem à escola: “Acreditamos que possa ser em setembro”, disse a responsável do IAC.
Até lá, as crianças recebem um passaporte e cada atividade vai dar-lhes uma espécie de selo que atesta a participação para que, no final, mostrem o passaporte completo aos amigos quando a escola regressar.
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