Os surtos do vírus Monkeypox já totalizam pelo menos 550 casos em 30 países não endémicos e tem sido detetada em especial - embora não de forma exclusiva -, em homens que mantêm relações sexuais com outros homens.
"Todos devemos trabalhar contra o estigma, que não apenas é um equívoco, mas que pode impedir que os indivíduos afetados procurem atendimento, tornando mais difícil deter a transmissão", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa.
O líder da agência da ONU garantiu que "qualquer um" pode contrair o vírus, se tiver em contacto físico próximo com alguém que esteja contaminado.
A responsável técnica para o surto associado ao vírus Monkeypox da OMS, Rosamund Lewis, admitiu que os casos vão continuar a aumentar fora da África Central e Ocidental, onde a doença é endémica.
Os primeiros casos foram reportados em meados de maio, mas hoje sabe-se que a transmissão começou antes, embora os especialistas não tenham conseguido até agora determinar o período.
"O que estamos a tentar agora é deter a propagação através do acompanhamento dos contactos de risco e do isolamento de pessoas diagnosticadas e com sintomas", afirmou Lewis.
Portugal com 119 casos
Portugal registou ontem mais 19 casos confirmados de infeção com o vírus Monkeypox, totalizando até agora 119 situações de homens infetados que se encontram clinicamente estáveis, anunciou a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Segundo o departamento liderado por Graça Freitas, a maioria das infeções confirmadas pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge foram notificadas em Lisboa e Vale do Tejo, mas também há registo de casos nas regiões Norte e Algarve.
“Todas as infeções confirmadas são em homens entre os 20 e os 61 anos, tendo a maioria menos de 40 anos”, avança ainda a DGS, adiantando que os casos identificados se mantêm “em acompanhamento clínico, encontrando-se estáveis”.
Na terça-feira, a DGS publicou uma orientação que define a abordagem clínica e epidemiológica dos casos de infeção humana por vírus Monkeypox, prevendo que as situações suspeitas sejam referenciadas rapidamente para observação médica e que os contactos assintomáticos podem continuar a manter as suas rotinas diárias, não necessitando de isolamento.
Esta é a primeira vez que um surto do vírus VMPX é detetado em Portugal, num contexto de ocorrência de casos a serem reportados por vários países desde o início de maio.
O período de incubação varia entre cinco e os 21 dias, sendo em média de seis a 16 dias e os sintomas iniciam-se com febre, cefaleia, astenia, mialgia ou adenomegalias, aos quais se segue o aparecimento do exantema (erupção cutânea).
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