28 de maio de 2013 - 12h01
Um estudo realizado pela Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã, aponta para que cerca de 25% das mulheres portuguesas tenham miomas uterinos, disse o coordenador da investigação à agência Lusa.
Apesar de raramente degenerarem noutras complicações de saúde, "são causa frequente de sofrimento por causarem alterações menstruais e são também a principal causa de histerectomia (remoção do útero) em todos os países desenvolvidos", explicou o ginecologista José Alberto Moutinho.
O estudo realizado na Covilhã foi, de acordo com o investigador, o primeiro trabalho em Portugal que analisa a prevalência dos miomas uterinos.
A investigação decorreu ao longo do último ano, envolvendo 624 mulheres observadas em consultas no âmbito da medicina privada.
O diagnóstico foi realizado por ecografia e foram detetados miomas uterinos em 161 mulheres, o que representa uma prevalência de 25,8%.
O estudo demonstra "que a prevalência de miomas na população portuguesa é semelhante à reportada na Europa, assim como a sintomatologia que lhe está associada", conclui.
Ainda segundo o estudo, "a idade foi o único fator de risco direto" detetado na análise estatística dos resultados - no caso, 45% das mulheres com miomas tinham idades compreendidas entre 40 e 59 anos.
Em cerca de metade dos casos, os miomas eram pequenos, com menos de dois centímetros. No entanto 6,2% das mulheres tinham miomas com mais de cinco centímetros.
Do conjunto de mulheres com miomas, só 29,3% não apresentaram sintomas, sendo que, nas restantes, os sintomas mais frequentes foram as hemorragias anormais.
Sensação de desconforto no baixo-ventre, incontinência e infertilidade são outros problemas associados aos miomas uterinos, que "são também um dos grandes responsáveis pelos abortos de repetição", acrescenta.
O estudo da UBI pretendeu estudar a prevalência dos miomas e tentar encontrar aspetos epidemiológicos associados.
"A melhor atitude clínica face ao diagnóstico de mioma do útero deve ser informar, tranquilizar a mulher e tratar as doentes sintomáticas, especialmente no sentido da correção das hemorragias anormais", conclui José Alberto Moutinho.
Lusa