19 de abril de 2013 - 14h11
As autoridades sanitárias angolanas não foram notificadas dos casos de mais de 20 portugueses infetados com dengue em Angola e que recebem tratamento em Portugal, disse, em Luanda, o ministro da Saúde de Angola.
Em conferência de imprensa, na quinta-feira, para falar sobre a situação da dengue em Angola, o ministro angolano da Saúde, José Van-Dúnem, disse que a informação sobre os casos de portugueses infetados não chegou às autoridades sanitárias angolanas "pelo canal próprio, que é o canal oficial da Organização Mundial de Saúde (OMS)".
"Essas coisas, infelizmente, não são notificadas através da televisão. Há sistemas. Porque todos nós somos Estados membros da OMS e país a país comunica-se, ou através dos escritórios da OMS do país para a outra região, para fazer a comunicação da doença", referiu o governante angolano.
José Van-Dúnem admitiu a possibilidade de as pessoas poderem ter sido infetadas em Angola ou "na Madeira, como noutro sítio qualquer".
As infeções dos doentes portugueses, que estiveram em Angola, - oito, em março, e 11, em abril, - foram identificadas na consulta pós viagem do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, disse um especialista do IHMT, na segunda-feira, à agência Lusa.
O ministro angolano da Saúde disse que, neste momento, foram notificados no país 50 casos de dengue, com 31 amostras positivas e 19 negativas, todos em Luanda e sem o registo de nenhuma morte.
O Ministério da Saúde tem algumas medidas em curso para controlar a doença, como a montagem de unidades sanitárias sentinelas para a vigilância de casos de síndromes febris nas principais unidades sanitárias de Luanda e periferia e sistemas de vigilância epidemiológica e campanhas de informação para a população sobre a doença.
A dengue é uma doença que pela primeira vez foi notificada em Angola e as autoridades sanitárias admitem que a sua origem esteja ligada ao movimento migratório entre este país africano e o Brasil.
"Há um grande movimento para o Brasil e do Brasil para Angola é natural que as pessoas que vão para o Brasil possam ser infetadas pela doença e cidadãos brasileiros que se desloquem aqui possam ser portadores assintomáticos da doença e sejam veículo", disse José Van-Dúnem.
"Este é um risco que decorre da abertura e da universalidade dos países, não podemos fazer nada. Temos é que estar atentos para quando isso acontecer tratarmos o mais cedo possível, porque quanto mais precoce for o tratamento melhor é o prognóstico", acrescentou.
Lusa