“O objetivo é avançar com projetos-piloto com acompanhamento técnico-científico particular. Não posso garantir que avancem este ano, mas entre este ano e o próximo, vamos antecipar-nos às metas europeias. A meta europeia é que este programa esteja em ação em 2025. Em Portugal, seguramente até final de 2024, estarão organizados”, disse Manuel Pizarro a jornalistas durante a inauguração das novas instalações do Centro da Mama do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto.

O ministro da Saúde referia-se aos novos rastreios de cancro da próstata, gástrico e de pulmão e avançou que a Estratégia Nacional de Luta contra o Cancro até 2030 será apresentada “nas próximas semanas”.

“Temos de fazer o programa com cuidado para garantir que não vamos encontrar novos problemas, mas que vamos encontrar novas soluções”, disse Pizarro que falava aos jornalistas no Porto na inauguração das novas instalações do Centro da Mama do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ).

Manuel Pizarro disse que os novos rastreios serão diferentes dos atualmente organizados porque “vão ser dirigidos a grupos específicos” e “não à população em geral”.

No caso do cancro do pulmão, serão convocadas pessoas que tenham sido ou sejam grandes fumadores e o rastreio será feito por TAC de baixa resolução.

No caso do cancro do estômago, será dirigido a certas regiões do país que têm incidências elevadas.

Sobre a Estratégia Nacional de Luta contra o Cancro, Manuel Pizarro avançou que esta inclui, no capítulo da prevenção, a luta contra o tabagismo, aprofundar o Programa Nacional de Vacinação, a erradicação da Hepatite B e C para diminuir os casos de hepatocarcinoma, bem como melhorar os problemas da nutrição e apostar no combate à obesidade, entre outros aspetos.

No capítulo da deteção precoce, o ministro da Saúde disse estar “muito satisfeito” com os resultados do rastreio do cancro da mama, mas reconheceu que no rastreio dos cancros do colo do útero e do cólon “há ainda muito caminho a fazer para melhorar”.

Sobre o capítulo do tratamento, Pizarro deu números: “Fizemos em 2022 31% mais cirurgias que em 2019. Temos aumentado a nossa capacidade de resposta”, disse.

O ministro da Saúde aproveitou ainda a visita ao Hospital de São João para insistir no “enorme sucesso” no rastreio ao cancro da mama, disse que no rastreio do colo do útero “é necessário recuperar o abalo dos anos da pandemia” e elogiou o Norte pelos resultados no rastreio ao cólon retal, um exemplo que quer levar para outras regiões.

“Os resultados que contam, que são os da mortalidade, mostram que temos resultados melhores do que a média europeia. Portugal é um caso de sucesso no combate às doenças oncológicas”, concluiu.