“Queremos melhorar muito os nossos indicadores que, infelizmente, são muito maus neste domínio. Contamos convosco, com a vossa competência, com a vossa motivação e com a capacidade de partilharem”, afirmou o ministro no Porto.
Presente num encontro que reúne mais de 200 profissionais de saúde, a decorrer até sábado no Porto, no âmbito do projeto da Fundação Calouste Gunbenkian “STOP Infeção Hospitalar”, Adalberto Campos Fernandes referiu desejar que, ”daqui por um ano”, seja possível “ver resultados efetivos” contra as infeções hospitalares.
“Nós não teremos um Serviço Nacional de Saúde (SNS) de sucesso se não tivermos a humildade de reconhecer que a partilha é o ingrediente fundamental para um sistema de saúde de sucesso”, disse, “espero que, daqui por um ano, quando aqui voltarmos, possamos ver resultados efetivos, materializados em indicadores de um trabalho desta verdadeira tropa de elite que luta contra o inimigo que está infelizmente por toda a parte e tem tido até agora mais força do que nós”.
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Lembrando o protocolo firmado na quinta-feira com a Fundação Gulbenkian, que prevê a colaboração com o Ministério na área das infeções hospitalares, entre outras, o ministro afirmou que “o sistema de saúde não é apenas o Estado, é a sociedade, são os parceiros, são as entidades que, no domínio da sociedade civil, são capazes de reconhecer que todos temos um papel, um papel decisivo em fazer do SNS algo que proteja as pessoas, que diminua os riscos de morbilidade e mortalidade”, bem como de tornar o SNS “mais económico e mais eficiente”.
“Nós sabemos bem qual é o impacto na economia do sistema da infeção hospitalar e a insegurança que ela provoca no plano clínico”, frisou.
Para o ministro, o “ambiente de multidisciplinaridade e de entreajuda” presente naquele encontro faz “jus àquilo que é uma ambição do SNS, de ser, não apenas mais eficiente, mas mais seguro e mais capaz de lutar contra esta grande ameaça [a infeção hospitalar] que afeta os sistemas de saúde em todo o mundo”.
O projeto da Gulbenkian, que arrancou no final de 2015 com o objetivo de reduzir em 50% as infeções hospitalares em três anos, conta com a participação de 12 centros, que integram 19 hospitais, “o que corresponde a entre 25% e 30% do total do internamento dos hospitais do SNS”, disse à Lusa Paulo Sousa, da Escola Nacional de Saúde Pública.
A ideia é que os profissionais de saúde destes 12 centros e unidades de saúde “sejam precursores de uma metodologia” e possam “contagiar” outros hospitais em Portugal.
“Tem que haver uma mudança cultural, [os profissionais] têm que perceber o problema, e este projeto uniformiza e padroniza boas práticas, tem uma cultura de medição e a partilha de conhecimento e experiencias entre os vários hospitais”, concluiu Paulo Sousa.
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