No Dia Mundial da Saúde Oral, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde encerrou a cerimónia de apresentação do alargamento do projeto-piloto de integração de médicos dentistas nos cuidados de saúde primários do Serviço Nacional de Saúde (SNS), dizendo esperar que, até final deste primeiro semestre, existam médicos dentistas integrados em todo o país nesta área da saúde oral.

“Iniciámos no ano passado com 13 [médicos dentistas em centros de saúde], esperamos que até final do ano tenhamos mais de 50 integrados e o objetivo é crescer, crescer porque os portugueses precisam muito desta área”, disse aos jornalistas no final da cerimónia.

Fernando Araújo sublinhou a enorme articulação entre a equipa de medicina familiar e os médicos dentistas, que classificou de “uma mais-valia”.

Dentistas são para ficar no SNS

Para o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, esta integração de médicos dentistas em unidades do SNS deve ser feita “de uma forma equilibrada, sustentável, de forma consistente, de que não haja volta atrás”. “A integração destes médicos é para ficar, é para o futuro. O SNS tem de dar uma resposta em termos de saúde oral”, adiantou.

Presente na cerimónia, o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro, disse que o que mais atrai estes profissionais para o SNS é “a perspetiva de poder trabalhar em equipa, integrados com outros profissionais de saúde, para poder dar um tratamento integrado aos utentes do SNS”. “Isso é extremamente atrativo e as opiniões dos médicos dentistas nos centros de saúde vão nesse sentido: têm todas as condições de trabalho, têm apoio a vários níveis e contactam com outros profissionais de saúde, colocando a medicina dentária onde deve estar – no âmbito médico e dentro do SNS”, adiantou.

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Para Orlando Monteiro, as condições que são dadas aos médicos dentistas para irem trabalhar no SNS são “muito aceitáveis”.

Desde julho, quando arrancou o projeto-piloto de médicos dentistas nos centros de saúde, quase 6.500 doentes foram tratados por estes profissionais. De acordo com fonte do gabinete do ministro da Saúde, e apesar de grande parte dos 13 médicos dentistas não terem trabalhado a totalidade dos seis meses, devido a questões concursais, foram realizadas 8.844 consultas e tratados 6.420 doentes.

Em julho de 2016 começaram a ser introduzidas consultas de saúde oral nos centros de saúde, com experiências piloto que decorreram em algumas unidades da Grande Lisboa e do Alentejo. Nesta primeira fase, tinham acesso a consultas de saúde oral doentes portadores de diabetes, neoplasias, patologia cardíaca ou respiratória crónica, insuficiência renal em hemodiálise ou diálise peritoneal e os transplantados inscritos nos agrupamentos de centros de saúde onde decorreram as experiências piloto.

Dados do Ministério da Saúde indicam que, desde essa data, foram emitidas 4.862 referenciações para consulta de saúde oral. As referenciações utilizadas e concluídas (com todos os tratamentos concluídos) atingiram as 930 e as referenciações em curso (com tratamentos em curso) 2.028. Neste período foram efetuados 9.545 tratamentos básicos e 8.321 tratamentos complementares.

Onde vai haver consultas de saúde oral?

Segundo o Ministério da Saúde se prepara para anunciar, vão passar a ter consultas de saúde oral mais Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), sendo objetivo da tutela atingir 80% deste objetivo – agendado para 2017 e 2018 – ainda este ano.

Na Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte terão consultas de saúde oral o ACES Porto Oriental (dois centros de saúde), a Unidade Local de Saúde (ULS) Matosinhos (um centro de saúde), a ULS Nordeste (13 centros de saúde), o ACES Feira/Arouca (três centros de saúde), o ACES Douro Sul (três centros de saúde) e o ACES Baixo Tâmega (três centros de saúde).

Na ARS de Lisboa e Vale do Tejo estas consultas passarão a existir no ACES Estuário do Tejo (três centros de saúde), no ACES Lezíria (três centros de saúde), ACES Médio Tejo (um centro de saúde), ACES Almada/Seixal (um centro de saúde), ACES Oeste Sul (dois centros de saúde), ACES Arco Ribeirinho (um centro de saúde), ACES Amadora (um centro de saúde), ACES Lisboa Central (um centro de saúde), ACES Lisboa Ocidental e Oeiras (um centro de saúde), ACES Sintra (dois centros de saúde), ACES Lisboa Norte (um centro de saúde) e ACES Loures/Odivelas (cinco centros de saúde).

Na ARS Centro, serão contemplados os ACES Dão Lafões (quatro centros de saúde), a ULS Castelo Branco (um centro de saúde), ACES Baixo Vouga (um centro de saúde).

Na ARS Alentejo será o ACES Alentejo Central (três centros de saúde) e na ARS Algarve o ACES Algarve II Barlavento (um centro de saúde), o ACES Algarve I Central (um centro de saúde) e o ACES Algarve III Sotavento (um centro de saúde).

O alargamento do projeto-piloto de integração de médicos dentistas nos cuidados de saúde primários do SNS será hoje apresentado pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, no Dia Mundial da Saúde Oral.