A Associação Americana da Diabetes (ADA) divulgou recentemente as orientações internacionais para o cuidado da diabetes em 2023, que incluem metas mais agressivas no que diz respeito ao controlo da pressão arterial e dos lípidos. A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) divulga o documento, considerado a cartilha dos cuidados na diabetes, focado na prevenção das doenças cardiovascular e renal em pessoas com diabetes.

"As recomendações incluem ainda uma maior ênfase na perda de peso como meta terapêutica para a diabetes tipo 2, orientações para rastreios e avaliação da doença arterial periférica para prevenir amputações e diretrizes para o tratamento da doença renal crónica. Além disto, é destacada a importância do papel de proximidade dos profissionais de saúde, entre outras", considera a APDP em comunicado.

"A diabetes implica que se pense numa perspetiva multidisciplinar, pois é uma doença complexa e heterogénea, que não poupa pessoas pelo sexo, pela idade ou pelo estatuto social. Iremos reforçar as orientações para melhor lidar com esta doença crónica e criar condições para uma melhor qualidade de vida e integração social, objetivos que prosseguimos permanentemente na associação", afirma José Manuel Boavida, presidente da APDP.

José Manuel Boavida (Médico)
José Manuel Boavida, médico e presidente da APDP

O que mudou?

Os objetivos agora propostos para a tensão arterial nas pessoas com diabetes apontam valores menores ou iguais a 130 mmHg (pressão sistólica) e 80 mmHG (pressão diastólica), face aos anteriores: 140/80.

Os novos objetivos incluem uma variação entre 55 mg/dL e 70 mg/dL para os níveis ideais de colesterol (LDL), dependendo do risco cardiovascular individual. Nas metas anteriores, os valores de LDL podiam chegar aos 100 mg/dL.

As recomendações compreendem ainda uma maior ênfase na perda de peso como meta terapêutica para a diabetes tipo 2, orientações para rastreios e avaliação da doença arterial periférica para prevenir amputações, diretrizes para o tratamento da doença renal crónica, assim como a importância do papel de proximidade dos profissionais de saúde, entre outras.

"Nesta nova versão das recomendações internacionais é possível ver a necessidade de cuidar, com maior rigor, da diabetes e reduzir as suas consequências, principalmente as que estão relacionadas com o coração e o rim", acrescenta o presidente da APDP.

As novas recomendações para o controlo da diabetes, publicadas anualmente pela ADA num documento considerado a cartilha dos cuidados na diabetes, estão disponíveis na conceituada revista científica “Diabetes Care” (ver aqui). Esta publicação tem como objetivo aumentar o conhecimento, estimular a investigação e promover uma melhor gestão da diabetes.

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