“O principal resultado foi a redução da taxa de infeção, ou seja, da infeção contraída pelo doente dentro da instituição, que baixou de 16,5%, em 2012, para 11,3%, em 2016. Esse é um resultado importante e significativo”, afirmou à Lusa o coordenador da Unidade de Prevenção e Controlo da Infeção, Carlos Alves.

Estes resultados, relativos ao Centro Hospitalar de São João (CHSJ), constam do “Estudo Europeu de Prevalência de Infeção Associada a Cuidados de Saúde e Consumo de Antibióticos 2017”.

Neste estudo foram abrangidos 930 doentes internados naquele hospital e no período de análise, o que constituiu “a maior colheita de dados deste género de sempre no CHSJ”.

“Os dados apresentados evidenciam melhorias importantes em várias áreas da luta contra a infeção e resistências aos antibióticos”, sublinhou Carlos Alves.

Melhor gestão dos antibióticos

O responsável destacou “a melhor utilização dos antibióticos e, consequentemente, diminuição do risco de desenvolvimento de resistências, traduzida pela diminuição de 22% no número de doentes sob tratamento antibiótico, em relação a 2012”

Apontou também “a melhoria das práticas de profilaxia antibiótica cirúrgica com uma redução de 77% no número de doentes em que foi feita em excesso”.

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“Temos indicadores que mostram que há uma maior preocupação, maior cuidado, na utilização do antibiótico, que se traduz na redução do número de doentes que estão a fazer o medicamento. Sabemos que por vezes havia situações em que eles eram utilizados ou por tempo demasiado ou em casos em que até poderiam não ser necessários”, referiu o especialista.

Carlos Alves apontou ainda “a crescente preocupação em limitar o uso de dispositivos invasivos às situações em que são estritamente necessários e, desta forma, reduzir o risco de infeções que lhes está associado, evidente, nomeadamente, pela redução em 24% do número de doentes algaliados em relação a 2012”.

“Verificamos que em 2012, ano em que se realizou a primeira edição deste estudo europeu, cerca de um terço dos doentes internados estavam algaliados, neste momento, esse valor baixou para um quarto, significa que estamos a usar melhor um meio que é necessário, mas que deve ser só utilizado quando de facto o seu risco de infeção é menor do que o benefício que traz”, acrescentou.