20 de fevereiro de 2014 - 14h55
O bastonário da Ordem dos Médicos disse na quarta-feira que as alterações ao regime de internato prevêem que os médicos sem aproveitamento no exame tenham autonomia para o exercício da Medicina e possam voltar ao exame no ano seguinte.
Em declarações aos jornalistas, no âmbito das negociações com o Ministério da Saúde sobre as alterações ao regime de internato, o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, explicou que os médicos que possam, eventualmente, não atingir a nota mínima - que “corresponde a nove valores em 20” -, terão “autonomia para o exercício da Medicina e poderão voltar ao exame no ano subsequente”.
O bastonário da Ordem dos Médicos afiançou que as negociações com o ministro da Saúde, Paulo Macedo, são “conversas cordiais” e que todas as partes pretendem “garantir a qualidade e a acessibilidade à formação pós graduada em Medicina, nomeadamente que os especialistas portugueses continuem a ser reconhecidos internacionalmente pela sua qualidade”.
José Manuel Silva acrescentou que, das conversas que estão a decorrer, surgirá um “documento que seja consensual para todas as partes”.
José Manuel Silva disse que o exame de seriação terá uma “nota mínima de acesso a uma vaga da especialidade”, e acrescentou que se justifica esse limite mínimo para continuar a garantir a qualidade dos médicos especialistas portugueses.
O bastonário recordou que, “neste momento, não há vagas de especialidade suficientes para todos os candidatos e é impossível aumentar muito mais a formação, sem colocar em causa a sua qualidade”.
O ministro da Saúde disse nesta quarta-feira, em entrevista ao Jornal de Negócios e à Renascença, que os “internos que chumbem em exame podem ficar fora do Sistema Nacional de Saúde”.
“Governo e sindicatos estão a discutir a revisão do internato médico e em cima da mesa está a possibilidade de o exame de seriação passar a ser de eliminação”, indica a entrevista ao ministro.
SAPO Saúde com Lusa