A médica norte-americana Nelya Melnitchouk contactou o também médico Eric Goralnick, que trabalhava na campanha "Stop the Bleed", do Comité de Trauma do American College of Surgeons, para poder levar a cabo a sua ideia: dar dicas de sobrevivência para que os ucranianos possam agir em caso de ataque. São vídeos de apenas alguns minutos ou segundos mas com um propósito muito claro: salvar vidas na Ucrânia.
"Uma quantidade significativa de mortes pode ser evitada com essas medidas, segundo os dados que conhecemos do campo de batalha", diz Eric Goralnick, médico do serviço de urgência do Brigham and Women's Hospital, em Boston, citado pelos jornais Público e Washington Post.
"Muitos civis estão a morrer em casa ou nos hospitais", diz a médica Nelya Melnitchouk, ambos responsáveis pela produção dos conteúdos. "Mesmo que seja salva apenas uma vida com este vídeo, já valeu a pena", acrescenta.
Num dos vídeos disponíveis no YouTube, um médico aplica pressão sobre um pedaço de pano colocado em cima de uma ferida fictícia de um manequim médico. De seguida, aplica um torniquete na perna do manequim mesmo. Os vídeos, narrados em ucraniano, são autênticos tutoriais de salvação que podem ser extremamente úteis em situação de guerra.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, a qual foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
A guerra na Ucrânia provocou milhares de mortos e feridos, mas o número preciso está ainda por determinar.
As informações sobre baixas militares e civis indicadas por cada uma das partes carecem de verificação independente.
A ONU contabilizou 636 civis mortos e 1.125 feridos até domingo, mas tem alertado insistentemente que o número deverá ser substancialmente superior.
Milhões de refugiados
Nos últimos 20 dias, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, cerca de 1,4 milhões de crianças viram-se obrigadas a fugir do país, ou seja, cerca de 55 por minuto, ou "praticamente uma criança por segundo", disse o porta-voz do UNICEF, James Elder, em conferência de imprensa, esta terça-feira, em Genebra.
No total, mais de 2,95 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia, de acordo com o último balanço do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
Por sua vez, a Organização Internacional para as Migrações estima que esse número já tenha ultrapassado os três milhões, anunciou hoje aquela agência da ONU.
"Chegamos ao número de três milhões de pessoas em termos de movimento populacional para fora da Ucrânia", disse o porta-voz da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Paul Dillon, à imprensa em Genebra.
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