"Os dados que temos são muito preocupantes. Em 2016, podem ter emigrado mais médicos do que em 2015", referiu Miguel Guimarães durante uma visita ao Hospital de Barcelos.

Segundo o bastonário, a Ordem ainda está a contactar, um a um, os médicos que em 2016 pediram os certificados indispensáveis para exercerem noutros países, para aferir o número concreto de profissionais que acabaram mesmo por emigrar.

No entanto, Miguel Guimarães considera que o simples aumento de pedidos de certificados deve ser suficiente para que o Governo pense, com urgência, "numa forma eficaz" para fixar os médicos em Portugal.

"Enquanto o Governo não perceber que a saúde precisa de reformas e que estas reformas podem ajudar a melhorar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), não conseguiremos evoluir positivamente", sublinhou, vincando que "um dos grandes problemas" do setor em Portugal é a dificuldade em fixar jovens médicos no SNS. "Não é apenas uma questão de dinheiro. O mais importante é as pessoas serem respeitadas", disse ainda.

Miguel Guimarães alertou igualmente para a saída de médicos do SNS para o privado.

Segundo adiantou, o SNS tem neste momento "um grande défice" de médicos, ao mesmo tempo que cerca de 12 mil estão já a trabalhar em exclusividade no privado. "É claramente necessário investir mais na Saúde", reiterou.

O bastonário admitiu ainda que uma greve nacional dos médicos é "uma forte possibilidade", face às "muitas situações que não estão bem" no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

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