
A escoliose é uma deformidade em rotação da coluna vertebral com um ângulo superior a 10 graus que afeta principalmente adolescentes do sexo feminino. "Os principais sinais de alerta são os ombros e ancas a alturas diferentes, a inclinação do corpo para um dos lados, e uma tumefação nas costas quando as crianças se dobram", explica o ortopedista Manuel Tavares de Matos, presidente da SPPCV.
"Com este vídeo pretendemos explicar às crianças o que é a escoliose, mas também queremos alertar os professores e educadores para estarem atentos aos sinais de alerta pois estes desempenham um papel fundamental na deteção da doença", acrescenta o médico.
A escoliose define-se como uma deformidade em que existe uma curvatura lateral da coluna no plano frontal. Embora em regra seja mais evidente um desvio da coluna para um dos lados, a escoliose é uma deformidade tridimensional da coluna, com rotação e desvio em vários planos. "A sua causa é, na maioria dos casos, desconhecida e por isso não é possível preveni-la", frisa o também médico Nuno Neves.
A escoliose em que se conhece a sua origem está usualmente relacionada com uma doença subjacente, com fatores genéticos e hereditários. "Pode estar associada a doenças neuromusculares (como a paralisia cerebral) ou doenças do tecido conjuntivo (como o síndrome de Marfan). Quando a escoliose é secundária a uma malformação vertebral, é conhecida como escoliose congénita", enumera o ortopedista Nuno Neves.
Tratamento individualizado
As escolioses com menos de 20-25 graus exigem apenas uma vigilância regular até à conclusão do crescimento da coluna vertebral, frisa Manuel Tavares de Matos.
Em escolioses com uma curvatura entre os 20-25 e os 40-45 graus em adolescentes que ainda não terminaram o seu crescimento, o uso de um colete pode ser recomendado para impedir o agravamento da curva.
O tratamento deve ser individualizado e deve ter em conta o risco de progressão da deformidade. O exercício e a fisioterapia não reduzem a magnitude da curva ou o risco de progressão, mas essas opções podem ser usadas como terapia coadjuvante para melhorar a postura e fortalecer os músculos.
A cirurgia, quando necessária, destina-se às escolioses mais graves (cerca de 1 em cada 5000 casos). O procedimento cirúrgico é feito com recurso a anestesia geral e geralmente obriga a um regime de internamento de 4 a 7 dias.
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