Os portugueses não querem acertar os relógios duas vezes por ano, confirma uma sondagem realizada pela Aximage, divulgada esta sexta-feira pelo jornal Correio da Manhã. Segundo o estudo, 60,7% dos inquiridos manifestaram querer manter sempre a mesma hora.
O inquérito, que contou com 601 inquiridos e que tem uma margem de erro de 4%, não questionou no entanto que hora seria preferencialmente mantida, se a de verão ou a de inverno.
A Área Metropolitana do Porto e a Região Norte são as zonas do país onde mais pessoas querem o fim da mudança da hora, com 68% dos inquiridos a querer o fim da alternância entre os dois horários. Segundo a sondagem, há mais homens (38,6%) do que mulheres (27,7%) a defender a atual situação.
Num inquérito promovido pela Comissão Europeia, o maior e mais participado alguma vez realizado por aquela instituição, 85% participantes portugueses disseram querer acabar com a mudança de hora. Segundo esse inquérito divulgado em julho e agosto, entre os que preferem o mesmo horário o ano inteiro, 79% manifestou a preferência pela manutenção do horário de verão.
Riscos para a saúde
A alteração dos ponteiros do relógio traz mais riscos que benefícios devido à súbita exigência de mudança do "tempo interno" das pessoas, colocando em causa o bom humor, defende Miguel Meira Cruz, presidente da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono.
"Apesar do impacto ser claramente maior no recuo que exigimos ao tempo em meados de março, qualquer das direções em que se proceda uma mudança súbita num relógio de adaptação lenta como o que temos no cérebro, tem prejuízos significativos e potencialmente graves", adverte.
O especialista afirma que uma hora a mais de sono com a mudança de hora no inverno pode, em teoria, promover o bem-estar de quem se encontra privado desta necessidade, sendo o impacto deste benefício maior nas pessoas que se deitam mais tarde e tendencialmente se levantam mais tarde.
"Os matutinos privados de sono, podem sofrer mais nos dias subsequentes à mudança para a hora de inverno", dado que para "além da menor flexibilidade na resposta a mudanças, as condicionantes impostas pelo novo horário afetam o humor", explica o presidente da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono.
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