Este inseticida, que até 2009 era amplamente utilizado na agricultura, bem como na luta contra os piolhos e para tratar a sarna nos seres humanos, provoca cancro e foi especificamente relacionado com o linfoma não-Hodgkin, um tumor que tem início no sistema linfático, anunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A agência internacional do estudo do cancro da OMS (IARC) informa também que o DDT (dicloro-difenil-tricloroetano) causa "provavelmente" o cancro, uma vez que os resultados de estudos o relacionam com o linfoma não-Hodgkin, o cancro dos testículos e o cancro do fígado.

Também um estudo recente veio acrescentar o cancro de mama a esta lista.

Segundo escreve o jornal Público, um painel de especialistas deciciu colocar o lindano no g1 da classificação definida pela IARC, que inclui os compostos "cancerígenos para os humanos". O DDT foi colocado no grupo 2A dos compostos "provavelmente cancerígenos para os humanos" e o herbicida 2,4-D (ácido diclorofenoxiacético) no grupo 2B dos compostos "possivelmente cancerígenos".

O lindano, cuja utilização está proibida na maioria dos países, ao abrigo da Convenção de Estocolmo relativa a poluentes orgânicos persistentes, era anteriormente muito utilizado como pesticida na agricultura, mas a lei internacional atual permite que continue a ser usado como tratamento de segunda linha contra piolhos e a sarna.

A IARC informa que estudos epidemiológicos mostram que existe um risco acrescido de 60% de contrair linfoma não-Hodgkin nas pessoas expostas ao lindano.

O DDT foi introduzido para combater doenças transmitidas por insetos durante a Segunda Guerra Mundial e mais tarde o seu uso generalizou-se na luta pela erradicação da malária e na agricultura.

A introdução de 2,4-D remonta a 1945, na altura muito utilizado como herbicida na agricultura, nas florestas e em meio urbano e residencial.