Os lares não estão preparados para cuidar das pessoas com demência, denunciou o responsável da União das Misericórdias pela área da saúde, que defende mais formação, mudanças arquitectónicas e apoio domiciliário mais forte. A notícia é avançada pela Rádio Renascença.

10 alimentos que lhe devolvem anos de vida
10 alimentos que lhe devolvem anos de vida
Ver artigo

Um estudo da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), integrado no projecto VIDAS - Valorização e Inovação em Demências, concluiu que 90% dos idosos nos lares tem alterações cognitivas que sugerem demência, sendo que dentro deste grupo, 78% tem demência. O estudo envolveu 1.503 idosos de 23 instituições durante dois anos.

Caldas de Almeida enfatizou que não é o facto de um idoso estar num lar que provoca demência, já que se trata de uma doença crónica, mas apontou que a evolução da doença pode ser influenciada por "ambientes estimulantes".

Lentificação por falta de ambientes estimulantes

"Se nós tivermos lares em que as pessoas não são trabalhadas, não têm ambientes estimulantes, em que não há atividades lúdicas, atividades de estimulação, então as pessoas que têm demência podem parecer estar numa fase mais avançada, podem ficar mais lentificadas, mais tristes, podem ficar com a demência mais avançada", apontou o psiquiatra à agência Lusa.

O médico sustenta que "é urgente" mudar o paradigma dos lares, apostando num apoio domiciliário "mais forte", ao mesmo tempo que se fazem mudanças arquitectónicas nas instituições que acolhem estas pessoas.