Miwa Sado morreu de falência cardíaca em julho de 2013, mas só esta semana o caso foi tornado público pela própria emissora em que trabalhava. A jornalista japonesa morreu depois de ter feito 159 horas extraordinárias num mês.

Os inspetores de trabalho do Japão acreditam que o falecimento de Miwa Sado é mais um caso de morte por excesso de trabalho, um fenómeno que assombra as políticas de trabalho daquele país e é um reflexo de um problema maior. A cultura de trabalho já foi associada à diminuição de fertilidade.

Segundo um artigo de 1997 publicado na revista International Journal of Health Services, o primeiro caso identificado de morte por excesso de trabalho no Japão deu-se em 1969: um trabalhador do departamento de entrega de um jornal, casado, de 29 anos, morreu de ataque cardíaco.

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Na década seguinte, o número de casos semelhantes foi suficientemente alto para se criar uma palavra japonesa que significa “morte por excesso de trabalho” – “karoshi”. No final da década de 1980, esta palavra já era usual na sociedade japonesa.

“Karoshi não é um termo puramente médico mas um termo médico-social que se refere a fatalidades ou à incapacidade de trabalho devido a um ataque cardiovascular (que pode ser um acidente vascular cerebral, um enfarte do miocárdio ou uma falha cardíaca) agravado por uma carga de trabalhado excessiva ou por muitas horas de trabalho”, explica a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Segundo o The Guardian, a morte de Miwa Sado vem pressionar ainda mais as autoridades japonesas a agirem perante o elevado número de mortes atribuído às horas de trabalho em excesso que os empregadores esperam dos funcionários.

Um estudo do governo do Japão também referido pela CNN concluiu recentemente que um em cada cinco trabalhadores japoneses corre risco de vida por causa do excesso de horas de trabalho.

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