Na cerimónia que assinalou a conclusão do Botton-Champalimaud Pancreatic Cancer Centre estiveram presentes os Reis de Espanha, Felipe VI e Letizia e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Nos últimos 20 anos o número de pessoas com cancro do pâncreas tem aumentado exponencialmente em quase todo o mundo, especialmente nos países mais industrializados. O cancro do pâncreas já é a quarta causa de morte por cancro na Europa e nos próximos 10- 20 anos estima-se que o número de novos casos possa aumentar em mais de 70% e tornar-se na segunda causa de morte por cancro na Europa e nos Estados Unidos (EUA).
"O novo Botton-Champalimaud Pancreatic Cancer Centre é uma clara resposta à necessidade de promover uma atuação totalmente direcionada para o melhor conhecimento e controlo de uma doença que, em 80% dos casos, é diagnosticada numa fase avançada sendo, por isso, das mais letais", explica o centro em comunicado.
"Este centro replica o modelo inovador e diferenciador iniciado na Fundação Champalimaud em 2010 - aproximar a ciência, a clínica e os doentes – adotando a metodologia translacional, que estabelece uma relação direta e de interdependência entre a investigação e a atividade clínica. Será um centro único em todo o mundo dedicado à investigação do cancro do pâncreas e vai reunir um grupo internacional de clínicos e investigadores que trabalharão, em conjunto, numa mesma equipa e num edifício especialmente desenhado e equipado com serviços clínicos, blocos operatórios, tecnologias e plataformas de investigação, todos especificamente dedicados ao tratamento dos doentes com este tipo de cancro. É, também, o primeiro projeto criado de raiz dedicado exclusivamente à investigação e ao tratamento desta doença", lê-se na nota.
"No Botton-Champalimaud Pancreatic Cancer Centre pretende-se não apenas explorar o conhecimento da biologia e evolução do cancro do pâncreas, mas sobretudo desenvolver formas de tratamento e ensaios clínicos mais inovadores, capazes de oferecer aos doentes uma melhor resposta no controlo da doença", refere o comunicado.
O novo edifício será hospital e centro de investigação e conta com 3 salas de cirurgia equipadas com a mais avançada tecnologia, uma delas híbrida, 29 quartos de internamento e 15 de cuidados intensivos/recobro além de um hospital de dia totalmente inovador com 24 suites de tratamento.
A terapia celular será uma das áreas estratégicas do Botton-Champalimaud Pancreatic Cancer Centre: vai ser dada atenção especial ao estudo do perfil imunológico dos tumores do pâncreas e ao desenvolvimento de tratamentos inovadores nesta área.
"Com este objetivo, o centro vai investir especialmente no desenvolvimento de ensaios clínicos com novos medicamentos de imunoterapia, em vacinas anti-tumorais personalizadas e será ainda implementada uma área de laboratórios especializados em imunoterapia celular. Nestes laboratórios, vai ser possível identificar, recolher e estimular células imunológicas de defesa dos doentes, que serão depois recebidas pelo próprio e o ajudarão a combater e destruir mais eficazmente as células do tumor", conclui o comunicado.
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