Alexandre Lourenço falava durante uma audição na Comissão Parlamentar da Saúde, a requerimento do PSD, sobre o significativo aumento do montante das dívidas aos fornecedores de bens e serviços do SNS.

De acordo com Alexandre Lourenço, esta diminuição do investimento “põe em causa a prestação de cuidados do sistema e a captação dos melhores recursos humanos do setor”.

“A questão do investimento é uma questão importante e temos procurado encontrar soluções para isso”, adiantou.

Em relação às dívidas do setor, o responsável disse que esta se encontra “estabilizada em relação aos anos anteriores” e recordou que, em 2011, o SNS “atingiu um momento total de rotura com uma dívida a fornecedores muito perto dos 3.000 milhões de euros, tendo sido necessárias várias injeções de financiamento”.

Alexandre Lourenço sublinhou que a maior parte das empresas que fornecem o SNS são Pequenas e Médias Empresas (PME) e que as dívidas põem em causa a sua “trajetória de sustentabilidade”.

“A situação merece um acompanhamento profundo. Não é uma situação confortável para nenhuma das partes. Os administradores também vivem dificuldades na relação com os fornecedores sobre esta dívida”, afirmou.

No passado dia 26 de abril, no âmbito deste conjunto de audições sobre o significativo aumento do montante das dívidas aos fornecedores de bens e serviços do SNS, o presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) revelou que a dívida dos hospitais públicos à indústria farmacêutica atingiu os 892 milhões de euros em março.

Também o secretário-geral da Associação Portuguesa de Dispositivos Médicos (Apormed) indicou, no mesmo dia, que em março deste ano a dívida dos hospitais públicos a estas empresas situava-se nos 272,2 milhões de euros, dos quais 175,6 milhões de euros são dívidas vencidas a mais de 90 dias.