
Segundo o IPG, o estudo sobre o pólen na atmosfera será realizado em três cidades com localização geográfica, influência meteorológica e nível de urbanização diferentes: Porto (cidade costeira do Atlântico), Guarda (cidade de alta altitude) e Évora (influenciado por desertos do Norte de África).
O projeto tem como objetivo "desenvolver um trabalho inovador que irá realizar, pela primeira vez, uma monitorização de longo prazo onde se pretende realizar a descrição do material particulado inalável (propriedades físicas, composição química, quantidade e origem) presente na parede do pólen atmosférico", adianta o IPG em comunicado.
A fonte adianta que o estudo pretende ainda "determinar as condições que influenciam o padrão de interação" e "definir a associação entre níveis de pólen no ar, as características da matéria particulada presente na parede do pólen e o número de doentes que recorreram às urgências dos hospitais devido a sintomas respiratórios alérgicos".
Durante o projeto, os investigadores procurarão saber se é possível determinar uma associação entre o número, propriedades físicas e composição química do pólen "e episódios de alergia registados nos serviços de urgências dos hospitais centrais de cada cidade em estudo".
"Esta informação irá permitir a melhoria dos Sistemas de Alerta, contribuindo para a prevenção de alergia respiratória, assim como ajudar no suporte à tomada de decisões de planeamento paisagístico", segundo a fonte.
Pedro Rodrigues, docente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPG e investigador associado ao projeto, citado na nota enviada à agência Lusa, refere que "nas últimas décadas tem-se verificado, em ambientes urbanos, um aumento na prevalência de doenças respiratórias alérgicas relacionadas com a presença de pólen".
"A sua causa tem sido associada à interação entre os alérgenos de pólen e os poluentes atmosféricos. No entanto este fenómeno ainda é marginalmente entendido", salienta.
O projeto de investigação denominado "Caracterização físico-química da matéria particulada adsorvida aos grãos de pólen presentes na atmosfera" foi recentemente aprovado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, segundo o IPG.
A instituição proponente foi a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, surgindo como instituições participantes o IPG, o Laboratório Nacional de Energia e Geologia, e a Universidade de Évora.
Comentários