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Corpo clínico e funcionários do hospital alocados a outros serviços do Centro Hospitalar do Oeste
22 de abril de 2013 - 15h47
O Hospital Termal das Caldas da Rainha não vai reabrir sem que sejam efetuadas obras na canalização, uma obra de 500 mil euros que poderá só avançar depois de aquela unidade ser concessionada à câmara, anunciou hoje a administração.
A imposição de manter o encerramento do Hospital Termal fechado desde o início de março devido à presença da uma bactéria, foi determinada pelo delegado de Saúde Regional de Lisboa e Vale do Tejo, António Tavares.
Numa notificação enviada ao Centro Hospitalar do Oeste (CHO), o delegado proíbe que os tratamentos sejam retomados sem “a requalificação estrutural de todo o sistema de aduções e canalizações”, que transportam a água ao hospital termal.
O encerramento refere-se apenas aos tratamentos de hidrobalneoterapia que, antes de março, tinham estado suspensos entre julho de 2012 e 2 de janeiro deste ano devido à presença que bactéria que faz com que os parâmetros microbiológicos da água mineral natural não cumpram os requisitos legalmente exigidos.
A decisão, divulgada hoje pelo administrador do CHO, Carlos Sá, poderá significar o fim dos tratamentos termais inseridos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), já que o Ministério da Saúde quer concessionar daquela unidade à autarquia que, por sua vez, poderá ceder a exploração a privados.
“A Direção Geral do Tesouro fez uma proposta à câmara [das Caldas da Rainha] a quem caberá decidir se aceita ou não, mas estou convencido que a câmara fará parte da solução definitiva para a sustentabilidade e crescimento do termalismo durante as próximas décadas”, afirmou Carlos Sá aos jornalistas.
A proposta para a concessão do hospital e balneário novo pelo prazo de 25 anos, ainda está a ser estudada pelo executivo, que reclama do Governo garantias de acesso a fundos comunitários para a requalificação do património termal, incluindo o hospital e os pavilhões do parque.
Mas atendendo a que a obra de substituição e duplicação das canalizações (que um estudo efetuado em 2008 orçava em 500 mil euros) terá que ser submetida a concurso, Carlos Sá considera fazer “todo o sentido que esta questão seja tratada em conjunto com a reabilitação do património termal”.
Caso as duas candidaturas avancem em conjunto, como sugere a administração, o serviço hidrobalneoterapia só reabrirá após a concessão do hospital
Carlos Sá assegurou hoje que o corpo clínico e os funcionários do hospital “já estão alocados a outros serviços” do CHO (que engloba, para além do termal os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche) e que estão a ser “encontradas soluções para deslocalizar o serviço de Medicina Física e Reabilitação” para “outros espaços dentro do centro hospitalar”.
A decisão de não reabrir a hidrobalneoterapia vai contra as pretensões de movimentos de utentes e da Assembleia Municipal das Caldas da Rainha, que exigiu ser recebida pelo Ministro da Saúde, Paulo Macedo, até 30 de abril, para discutir soluções para o hospital que pretendem que se mantenha no SNS.
Lusa
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