De acordo com José Romão, responsável da unidade de dor do Centro Hospitalar do Porto, “a dor crónica é uma situação de dor persistente com um forte impacto na qualidade de vida dos doentes, podendo conduzir a uma incapacidade para o trabalho e relacionamento social. Muitas vezes a medicação oral não permite um controlo eficaz da dor, pelo que a neuroestimulação permite-nos ampliar as opções terapêuticas e ajudar no alívio da dor de mais pacientes”.

Um neuroestimulador é um dispositivo cirurgicamente implantável que emite estímulos elétricos ligeiros para o espaço epidural próximo da coluna vertebral através de um ou mais elétrodos. Os sinais elétricos causam uma sensação de formigueiro na região da dor, impedindo que as mensagens de dor cheguem ao cérebro.

Redução da medicação é uma das vantagens

“A neuroestimulação pode permitir uma diminuição significativa da intensidade da dor e uma redução importante da medicação, bem como dos seus efeitos laterais”, esclarece o especialista.

A dor crónica é uma situação de dor persistente com duração superior a 3-6 meses. A dor crónica afeta cerca de 36% da população adulta em Portugal, com consequências no seu bem-estar, saúde, capacidade de trabalhar e realizar as atividades do quotidiano. A lombalgia crónica, osteoartrose, cefaleias e artrite reumatoide são, segundo múltiplos estudos efetuados, algumas das causas mais frequentes de dor crónica.