Em comunicado enviado à Lusa, a ARS-Norte adianta que também “vai mandar instaurar um processo de inquérito” a este caso hoje revelado pelo Jornal de Notícias (JN).

Em comunicado, a ARS-Norte refere ter conseguido apurar que o caso em concreto, que classifica como “morte súbita” e “que terá ocorrido entre 2010 e janeiro de 2013, nunca foi reportado ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa”.

“Tendo em conta a situação de morte subida, então verificada, o Instituto de Medicina Legal, nestas circunstâncias, determina sempre a realização de autópsia e, consequentemente, a comunicação ao Ministério Público que, por sua vez, manda instaurar o respetivo inquérito, que o foi o que efetivamente aconteceu”, acrescenta a ARS-N.

O ministro da Saúde já disse ter pedido à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde uma investigação a esta situação. Adalberto Campos Fernandes, que falava a jornalistas em Leiria, assumiu ter "pouca informação" sobre o caso, mas adiantou ter pedido a investigação.

A família de uma jovem que morreu alegadamente com um tumor cerebral não diagnosticado nas 11 vezes que se terá deslocado à urgência do Hospital Padre Américo, Penafiel (a principal unidade do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa), recorreu ao tribunal administrativo para reclamar uma indemnização à unidade hospitalar.

Em declarações à Lusa, a advogada da família, Filomena Pereira, não quis especificar o montante da indemnização por, em simultâneo, estar a decorrer um inquérito-crime alusivo ao caso no Ministério Público junto da Comarca de Porto-Este.

Segundo Filomena Pereira, a ação para reclamar a indemnização deu entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel em 26 de abril, estando agora a correr os seus trâmites.

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De acordo com o JN, durante três anos, uma jovem, de Recarei, Paredes, deu entrada 11 vezes no serviço de urgência do Hospital Padre Américo, em Penafiel, e que “em todas as ocasiões, os médicos apresentaram o mesmo diagnóstico: estado de ansiedade”.

Sara Moreira, 19 anos, acabou por morrer, dois dias depois da última passagem pelo hospital. A autópsia revelou um tumor com 1,670 quilogramas alojado na cabeça.

“Apesar de a rapariga vomitar, ter perdas de consciência e não controlar a urina, nunca a submeteram a uma tomografia axial computorizada (TAC) ou ressonância magnética”, acrescenta o JN.

Os pais de Sara Moreira alegam que houve negligência médica, numa ação administrativa para efetivação de responsabilidade civil extracontratual contra o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa.