15 de maio de 2013 - 16h45
Os hospitais públicos poderiam poupar 518 milhões de euros por ano se todas as unidades tivessem o mesmo nível de eficiência das que são consideradas as cinco melhores, segundo estimativas da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).
Numa avaliação aos custos operacionais de 31 hospitais em 2012, a ACSS considerou que existe “uma elevada margem” para a redução de custos hospitalares, em várias rubricas.
“De uma forma genérica, podemos assumir que se todas as instituições se comportarem como a mais eficiente do seu grupo, existe uma margem de poupança na ordem dos 518 milhões de euros”, refere o Relatório de Benchmarking daquele organismo do Ministério da Saúde, datado de 13 de maio.
Para esta avaliação, a ACSS dividiu os hospitais em cinco grupos, tendo como critério a similaridade das instituições.
Em cada um dos grupos, a unidade hospitalar que teve melhor desempenho foi classificada com bola verde, para cada critério analisado.
Os hospitais mais eficientes de cada um dos grupos, ao nível de custos operacionais por doente padrão, foram Santa Maria Maior (Barcelos), Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, Hospital de Braga, Centro Hospitalar São João e IPO do Porto.
As instituições com maior potencial de poupança (estimada) são, em primeiro lugar, o Centro Hospitalar de Lisboa Norte (Hospital de Santa Maria e Pulido Valente), com capacidade para reduzir custos em mais de 69 milhões de euros.
Segue-se o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, que poderia poupar 55,6 milhões de euros, e o de Lisboa Central (S.José, Santa Marta, Capuchos, D.Estefânia, Curry Cabral e Maternidade Alfredo da Costa), com uma poupança estimada de 45,7 milhões de euros.
Por região, só as unidades hospitalares de Lisboa e Vale do Tejo poderiam poupar mais de metade dos 518 milhões euros estimados pela ACSS para todas as unidades do país.
Assim, na região de Lisboa a poupança estimada é de 274,8 milhões de euros, se todos os hospitais tiverem um nível de eficiência como os melhores.
A região de saúde do Alentejo é a que tem a margem de poupança mais curta, na ordem dos 22,5 milhões de euros.
Entre estas ficam as regiões do Algarve, com uma poupança potencial de 48 milhões, a do Norte, com 78,6 milhões de euros calculados e a do Centro, com uma estimativa de 94,2 milhões de euros.
Dos 518 milhões de euros de poupança estimada, a grande fatia seria conseguida com a redução dos custos com produtos farmacêuticos, na ordem dos 254,8 milhões de euros.
A restante poupança seria alcançada à custa da redução de fornecimento de serviços externos em cerca de 190 milhões e da diminuição dos custos com material de consumo clínico (63,2 milhões).
Lusa