Qualquer pessoa que chegue da China continental está obrigada a isolar-se durante duas semanas em casa, num hotel ou em qualquer outro alojamento. Os telefonemas diários e as visitas aleatórias permitirão às autoridades assegurarem-se de que a quarentena está a ser respeitada. Para aqueles que violarem a medida, são previstos seis meses de prisão.
Com essa medida radical, o governo de Hong Kong espera conter o fluxo de pessoas entre a China continental e o território. "Vamos parar muitas pessoas", reconheceu o ministro da Segurança, John Lee.
O governo anunciou a medida na noite desta sexta-feira, seis horas antes de entrar em vigor.
Os viajantes que desembarcarem em Hong Kong sem ter solucionado onde passarão a quarentena serão levados para centros de alojamento abertos pelas autoridades de Hong Kong.
As pessoas que estiveram na China continental nos últimos 14 dias e que chegaram a Hong Kong de outro país também estão sujeitas a essas medidas.
Aqueles que se apresentem na fronteira com um visto válido por menos de 14 dias terão a entrada negada. Na prática, a medida proibirá a entrada da maioria dos habitantes da China continental, que costumam visitar Hong Kong com vistos de sete dias.
As autoridades recrutaram voluntários para fazer os telefonemas de controle diários e as visitas surpresa a pessoas em quarentena.
Há somente dois postos fronteiriços abertos entre Hong Kong e o resto da China, além do aeroporto do território, cujo número de passageiros também caiu consideravelmente.
Algumas profissões ficam isentas da quarentena, como as tripulações de aviões e barcos e os motoristas de camiões, que garantem o fornecimento de Hong Kong.
Hong Kong continua traumatizada com a memória da epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Severo (Sars), que matou 299 pessoas em seu território em 2003.
Na semana passada, uma onda de pânico espalhou-se pela cidade. Os moradores apressaram-se para comprar produtos como papel higiénico, desinfetante para as mãos e arroz.
O governo, no entanto, tentou acalmar a população, garantindo que as reservas de produtos são estáveis e desmentindo os rumores divulgados pela internet de que o território estaria a ficar desabastecido.
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