Como vai decorrer a transformação digital e a harmonização da mesma na Europa? Como iremos colaborar em termos de dados? Que tecnologias digitais em saúde farão a diferença? São algumas das questões que vão estar em cima da mesa. Joana Feijó, Diretora de desenvolvimento de Negócio do Health Cluster Portugal, uma das entidades promotoras do evento, apontou ao Healthnews os principais insights de um programa construído com a premissa de que uma nova abordagem harmonizada para a transformação digital dos sistemas de saúde está a decorrer na Europa. Temas como o Memorando de entendimento histórico assinado entre a OMS/Europa, no ano passado, com a Healthcare Information and Management Systems Society para colaborar em dados e tecnologias digitais de saúde estarão em debate.
Lisboa acolhe hoje e amanhã o maior congresso de digitalização da saúde a nível europeu. Qual a importância do evento?
O HIMSS é o maior evento mundial de Tecnologias de Informação para a saúde. Na Europa, este evento realiza-se todos os anos numa capital de um país que tenha vindo a ter um papel relevante na informatização/digitalização da saúde. Assim sendo, a vinda do HIMSSEurope, de Helsinquia para Lisboa tem muito a dizer do que se está a passar em Portugal neste momento no que toca ao ecossistema de empresas a trabalhar nesta área, assim como no que toca à maturidade digital do nosso SNS.
Por outro lado, é uma importante oportunidade de demonstração dos produtos e serviços inovadores na área que estão a ser desenvolvidos pelas nossas startups e PMEs. É um momento de exposição e networking que potenciará em muito a representação de Portugal lá fora, nomeadamente no aumento das exportações de soluções digitais para a saúde.
Por que razão a digitalização é tão relevante para a melhoria dos cuidados de saúde? O futuro da saúde passa obrigatoriamente pela sua digitalização?
O futuro da saúde passa, sem qualquer questão, obrigatoriamente pela digitalização, a qual desempenhará um papel fundamental na melhoria da qualidade dos cuidados, em torná-los mais acessíveis e eficientes e na promoção de uma medicina mais personalizada.
Algumas razões para que a digitalização seja indispensável: maior e mais fácil acesso aos processos clínicos dos doentes. Os registos passam a ser armazenados eletronicamente estando acessíveis a qualquer profissional de saúde autorizado, tornando os diagnósticos e tratamentos mais rápidos e eficazes.
A partilha de informação passa a ser possível entre profissionais e instituições de saúde, promovendo a integração de cuidados e a prestação de cuidado centrada em torno do doente. Especialmente importante em situações de emergência.
Maior eficiência e redução de custos. A existência de um registo acessível de dados de saúde, evita a duplicação de exames e tratamentos desnecessários, ao mesmo tempo que aumenta a coordenação dos cuidados entre diferentes especialistas e profissionais de saúde.
Diminuição do erro. A automatização de tarefas, passíveis de o serem, liberta tempo aos profissionais para tarefas mais complexas. Ainda, os sistemas de suporte à decisão que passam a ser possíveis pela digitalização, podem alertar os profissionais para potenciais interações medicamentosas ou erros de dosagem.
E por fim, a oportunidade que se abre de se chegar e de melhor forma, a uma população maior, através da telemedicina e da monitorização remota, com recursos a dispositivos médicos conectados em rede, que permitem o acompanhamento contínuo de doenças crónicas, a deteção precoce de problemas de saúde e o ajuste personalizado de tratamentos.
Quais os temas que irão ser debatidos no HIMSS23?
O HIMSS23 Lisboa levará a debate entre os mais relevantes stakeholders internacionais, os seguintes temas: Maturidade Digital, Dados e Inteligência; Percursos inovadores de cuidados; Prevenção e saúde populacional; Soluções para a crise de profissionais de saúde; Sustentabilidade e valor dos sistemas de saúde
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