O número de novos casos de infeção por VIH manteve a tendência decrescente em 2020 e 2021, situação que já se verifica desde o ano 2000. De acordo com o Relatório Infeção por VIH em Portugal – 2022, hoje apresentado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), foram diagnosticados 1 803 novos casos de infeção por VIH no biénio 2020 - 2021, 870 dos quais em 2020 e 933 em 2021.
O relatório sobre a evolução da infeção em Portugal, que é apresentado na semana em que se assinala o Dia Mundial da SIDA, revela uma redução de 44% no número de novos casos de infeção por VIH e de 66% em novos casos de SIDA entre 2012 e 2021.
No mesmo período (2012 – 2021), observou-se que em 55,4% dos casos o diagnóstico foi tardio (com CD4<350 células/mm3 e sem evidência laboratorial ou clínica de infeção recente).
"A maioria (71,8%) dos novos casos de infeção em adolescentes e adultos (≥ 15 anos) registou-se em homens (2,5 casos por cada caso em mulheres) e a mediana das idades à data do diagnóstico foi de 39 anos. Em 63,6% dos novos casos as pessoas tinham entre 25 e 49 anos e em 27,6% tinham idade igual ou superior a 50 anos. No período em análise foram notificados 4 casos de infeção VIH em crianças (2 em 2020 e 2 em 2021)", informa a DGS em comunicado.
"Embora a transmissão heterossexual se mantenha como a mais frequente (51,8%), os casos em homens que têm sexo com homens (HSH) corresponderam à maioria dos novos diagnósticos em homens (56,0%). A taxa de novos diagnósticos de VIH foi mais elevada nos residentes na Área Metropolitana de Lisboa, seguida da região do Algarve", lê-se na nota.
298 óbitos
Relativamente aos óbitos, foram comunicados 298 óbitos em pessoas que viviam com VIH (148 em 2020 e 150 em 2021). Em 24,5% dos óbitos o tempo decorrido desde o diagnóstico foi superior a 20 anos, refere o documento.
Analisando os dados acumulados, desde 1983 até 31 de dezembro de 2021, foram identificados em Portugal 64 257 casos de infeção por VIH, dos quais 23 399 atingiram o estádio de SIDA e ocorreram 15 555 óbitos.
"Este relatório resulta de um trabalho de colaboração entre a DGS, o INSA, a SPMS, os hospitais e os seus profissionais, assente num processo de recuperação das notificações de novos casos de infeção VIH em atraso, na sequência de constrangimentos que marcaram a pandemia de COVID19. Ficam assim disponíveis, excecionalmente no mesmo relatório, os dados dos últimos dois anos", indica a nota.
"O tempo necessário para o processamento das notificações recebidas e análise da informação não foi compatível com o prazo definido para o reporte ao ECDC – que terminou a 1 de junho. Por este motivo, a informação nacional não constará ainda do relatório europeu que vai ser divulgado no dia 30 de novembro", conclui a mesma.
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