
Mara João Quadrado falava à agência Lusa a propósito de uma iniciativa que a SPO vai apoiar e que decorrerá quinta-feira, Dia Mundial da Visão.
Trata-se de um Banco de Óculos, promovido da associação de solidariedade ABO, que visa promover a recolha de óculos (armações e lentes) doados e a sua distribuição a pessoas carenciadas.
Para Maria João Quadrado, a iniciativa acontece numa altura em que se vive “uma necessidade premente” de óculos, da qual os oftalmologistas têm conhecimento nos seus consultórios, quando se apercebem que os doentes não compraram os óculos recomendados ou manifestam dificuldades em fazê-lo.
Leia também: Usa lentes de contacto? precisa de saber isto
Saiba ainda: 10 mandamentos para uns olhos saudáveis
“Há muita gente que não compra os óculos, ou não vai ao médico porque receiam ter de comprar os óculos e não têm dinheiro”, disse.
Esta é uma situação que se tem vindo a agravar e que, segundo a presidente da SPO, se intensificou nos últimos cinco, seis anos.
Cinco milhões e duzentos mil portugueses têm de usar óculos
Segundo dados da SPO, metade da população portuguesa – cerca de cinco milhões e duzentos mil portugueses – tem, de alguma maneira, necessidade de usar óculos. O facto de não se fazer um diagnóstico atempado leva a que existam cerca trezentos mil olhos preguiçosos, incluindo o estrabismo.
“A situação é transversal às idades e à diferenciação económica. Algumas pessoas, que há cinco anos tinham algumas possibilidades, passaram de ter quase tudo para quase nada”, sublinhou.
O risco desta falta de diagnóstico e do devido uso de óculos é maior nas crianças que, sem correção, podem ficar com defeitos permanentes na visão.
“Nas crianças, é gravíssimo não usarem óculos quando precisam. É fundamental, caso contrário pode haver defeitos permanentes”, sublinhou.
A falta de visão é ainda causa de outros acidentes, como quedas, e a nível psicológico, pois pode pôr em causa o convício social.
A presidente da SPA enaltece os propósitos do Banco de Óculos que poderá fazer chegar óculos aos mais carenciados.
O grande objetivo desta iniciativa é contribuir para o fim dos defeitos de refração em Portugal, disse.
Comentários