O cenário foi hoje traçado pelo médico Filipe Froes, um dos fundadores do movimento, que participou na concentração de profissionais junto ao Ministério da Saúde, que coincidiu com o segundo dia de greve nacional de médicos.
"Trabalha-se no SNS a gerir uma crise diária. Sem planeamento, sem capacidades técnicas e humanas. Sinto-me muitas vezes a gerir crises diárias, a apagar fogos e a redescobrir a roda diariamente", declarou Filipe Froes aos jornalistas.
O médico admite que "a degradação no SNS não é de agora", sendo antes um processo continuado durante uma década.
Filipe Froes encara a intervenção cívica e de luta dos profissionais como uma necessidade face à continuada degradação e, sobretudo, para contrariar um "discurso oficial que não tem correspondência com a realidade".
A realidade, disse, é de "grande degradação", onde não se sente nem vê o acréscimo de cerca de 11 mil profissionais que o Governo tem sublinhado.
"Quem são, onde estão e o que fazem?", questionou o médico, criticando a "falta de transparência das estatísticas oficiais".
Para Filipe Froes, o "défice total de transparência mina a confiança dos profissionais do SNS".
Na concentração de médicos junto ao Ministério da Saúde estiveram hoje à tarde algumas dezenas de médicos, numa manifestação de protesto promovida pela Federação Nacional dos Médicos, que convocou o segundo dia de greve dos clínicos.
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