“Queremos abanar o sistema de mediação e de apoio à colocação de pessoas com deficiência em mercado de trabalho”, disse Ana Sofia Antunes, na sua intervenção nas comemorações do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, organizadas pelo Instituto Nacional de Reabilitação (INR), onde esteve a apresentar a Estratégia Nacional para a Inclusão das Pessoas com Deficiência 2021-2025.
O documento, que está em consulta pública até ao dia 24 de dezembro, tem oito eixos estratégicos, um dos quais dedicado ao Trabalho, Emprego e Formação Profissional.
“Os tempos que vivemos foram duros, os números do desemprego cresceram e os números do desemprego de pessoas com deficiência não fugiram à regra”, salientou a secretária de Estado, apontando que há “efetivamente mais pessoas com deficiência inscritas nos centros de emprego em situação de desemprego”.
Nesse sentido, defendeu que são precisas “medidas emergenciais” nesta matéria que permitam reverter o aumento do desemprego entre as pessoas com deficiência.
“Não é um quadro tão fácil de reverter como o que se verifica no desemprego da população em geral em que, em regra, com a melhoria dos indicadores económicos naturalmente o desemprego cai”, apontou.
De acordo com Ana Sofia Antunes, “aqui o trabalho é mais específico e exige mais empenho”, tendo destacado que uma das medidas previstas é a elaboração de um estudo de diagnóstico quantitativo e qualitativo sobre a situação de empregabilidade das pessoas com deficiência, com o objetivo de apresentar propostas de alteração.
Outro dos eixos é o do ensino e da qualificação, matéria sobre a qual a secretária de Estado revelou que o número de pessoas com deficiência inscritas no ensino superior tem vindo a aumentar “consideravelmente”.
“De 2019 para 2020 passámos de 224 para 312 [pessoas com deficiência] a entrar pelo contingente de acesso específico”, adiantou, apontando que, apesar de serem “bons números”, é preciso continuar a trabalhar neste sentido.
Além destes dois eixos, a estratégia tem ainda os eixos da cidadania, igualdade e não discriminação, promoção de um ambiente inclusivo, promoção da autonomia e vida independente, medidas, serviços e apoios sociais, cultura, desporto, turismo e lazer, conhecimento, investigação, inovação e desenvolvimento.
A secretária de Estado disse ainda que espera poder apresentar o documento final, depois de analisados e adotados alguns dos contributos feitos durante a consulta pública, durante o próximo mês de fevereiro.
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