A diretora da Comissão de Saúde da província, Liu Zingzi, e o principal dirigente do Partido Comunista nesta organização, Zhang Jin, foram sumariamente afastados dos seus cargos por decisão do Comité Permanente do Partido em Hubei, informou a CCTV.
As demissões parecem querer apaziguar a opinião pública, que exigia a saída de ambos desde o falecimento de Li Wenliang, um oftalmologista de 34 anos apontado como um dos primeiros a alertar para a emergência sanitária.
Por enquanto, Wang Hesheng, ex-vice-ministro da Comissão Nacional de Saúde, substituirá os dois funcionários demitidos.
A revolta popular cresceu de forma evidente nas últimas semanas, e a grande maioria da população considera que as autoridades demoraram tempo demais a reagir aos primeiros alertas sobre a doença.
A província de Hubei é o coração da epidemia, já que concentra 96% dos mais de mil mortos registados até ao momento e 74%dos casos confirmados de contaminação.
Mais de mil mortes
O número de mortos devido ao novo coronavírus (2019-nCoV) aumentou hoje para 1.016, ultrapassando pela primeira vez nas últimas 24 horas uma centena de vítimas mortais, informou a Comissão Nacional de Saúde chinesa.
De acordo com as autoridades de saúde de Pequim, citadas pela agência Associated Press, o número total de mortos nas últimas 24 horas é de 108.
O número total de casos confirmados é de 42.638, dos quais 2.478 foram confirmados nas últimas 24 horas em território continental chinês.
Além das 1.016 mortes confirmadas em território continental chinês, há também uma vítima mortal na região chinesa de Hong Kong e outra nas Filipinas.
O novo coronavírus foi detetado em dezembro, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
O balanço ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 350 casos de contágio confirmados em 25 países. Na Europa, o número chegou na segunda-feira a 43, com quatro novas infeções detetadas no Reino Unido.
A situação motivou a marcação de uma reunião de urgência de ministros da Saúde dos países da União Europeia para quinta-feira, em Bruxelas, enquanto a Organização Mundial de Saúde enviou uma equipa de especialistas para a China para acompanhar a evolução.
Vários países já começaram o repatriamento dos seus cidadãos de Wuhan, uma cidade com 11 milhões de habitantes, epicentro da epidemia, que foi colocada sob quarentena, à semelhança de outras cidades da província de Hubei, afetando mais de 56 milhões de pessoas.
As saídas e entradas estão interditadas pelas autoridades durante um período indefinido, e diversas companhias suspenderam as ligações aéreas com a China.
A Comissão Europeia ativou no dia 28 o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, a pedido da França.
A comunidade científica está a tentar encontrar uma vacina contra a pneumonia, já que as atuais não protegem contra o novo coronavírus.
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