15 de janeiro de 2014 - 16h22
A empresa que gere a Linha Saúde 24 anunciou hoje que vai recorrer às autoridades judiciais para apurar os responsáveis pelas chamadas falsas recebidas no dia em que vários enfermeiros não trabalharam como forma de protesto.
Num comunicado hoje divulgado, a empresa diz que no dia 04 de janeiro as chamadas falsas e os contactos anónimos para a Linha representaram 15,7% do total das chamadas recebidas, o que deu origem “a tempos de espera anormalmente elevados”.
A administração da Linha encara este episódio como um “ataque”, sublinhando a “gravidade da situação”, e afirma que vai promover as “medidas adequadas” junto do Ministério da Saúde e das Ordens profissionais “por eventual violação dos códigos deontológicos e de conduta profissional”.
“Serão igualmente desenvolvidas ações junto das autoridades judiciais para aferir as respetivas responsabilidades face a estes atos [chamadas falsas e anónimas]”, refere o esclarecimento da empresa.
Este volume anormal de chamadas falsas e anónimas ocorreu no dia em que cerca de metade dos trabalhadores da Linha não compareceu ao trabalho, em protesto contra a redução do valor pago por hora.
Na origem do diferendo entre os trabalhadores e a empresa está a intenção de reduzir o valor pago por hora, que passaria a rondar os quatro ou cinco euros/hora líquidos.
Em declarações anteriores à agência Lusa, o administrador da Linha justificou a redução dos pagamentos com a diminuição do montante que o Estado paga à empresa, que este ano será “70% mais baixo do que o valor inicialmente contratado”.
No comunicado hoje enviado, a administração da Linha lembra que se encontra em diálogo com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses desde o dia 23 de dezembro e que das reuniões resultou um conjunto de propostas que serão discutidas com os enfermeiros.
Lusa