4 de abril de 2013 - 09h53 
A demência tem custos anuais superiores aos do cancro ou das doenças de coração nos Estados Unidos, indicou um estudo divulgado na quarta-feira, que os situa entre 157 mil milhões e 215 mil milhões de dólares.
Muitos dos custos originam-se nos cuidados de longo-prazo e a sua dimensão deve mais do que duplicar até 2040, apuraram os autores do estudo, promovido pela RAND Corporation, publicado na edição de 4 de abril do New England Journal of Medicine.
“O custo económico de cuidar das pessoas nos Estados Unidos com demência é grande e está a aumentar”, afirmou Michael Hurd, o principal autor do estudo e economista sénior na RAND.
“O que apurámos sublinha a urgência dos recentes esforços federais para desenvolver um plano que responda ao impacto crescente da demência na sociedade norte-americana”, acrescentou.
Cerca de 5,3 milhões de norte-americanos sofrem da doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência, segundo o Centro para o Controlo e a Prevenção da Doença (CDC).
Espera-se que em 2050 o número de pessoas com Alzheimer duplique, devido ao envelhecimento da população, pelas estimativas do CDC.
O Presidente Barack Obama assinou uma lei sobre a doença de Alzheimer, que entre outros objetivos visa apurar os custos sociais e orçamentais da doença.
A demência afeta cerca de 15% das pessoas com mais de 70 anos e tem um custo anual estimado por pessoa entre 41 mil (32 mil euros) e 56 mil dólares, quantifica-se no estudo.
“Os nossos cálculos sugerem que o envelhecimento da população norte-americana resulte num aumento de cerca de 80% dos custos sociais totais por adulto em 2040”, disse Hurd.
“As nossas estimativas colocam a demência entre as doenças que mais custam à sociedade”, especificou.
Quando os investigadores consideraram apenas as despesas diretas com cuidados de saúde, e não o custo dos cuidados informais, os custos anuais da demência foram estimados em 109 mil milhões de dólares, que comparam com 102 mil milhões para as doenças de coração e 77 mil milhões de dólares para o cancro.
Os cuidados informais com os doentes com demência aumentam os custos, adiantaram os autores do estudo.
“Muito do custo é cuidado informal e fora das despesas contabilizadas”, disse Mary Sano, diretor do Centro de Investigação da Doença de Alzheimer no Centro Médico do Monte Sinai, em Nova Iorque.
Lusa