26 de março de 2013  - 16h48
Uma diretora da Maternidade Alfredo da Costa disse hoje que, dos 1,2 milhões de euros para obras no telhado e canalização, a instituição apenas tinha de suportar 300 mil euros, pois o restante seria garantido por apoios comunitários.
Maria José Alves, que dirige o serviço de medicina materno fetal da MAC, falava como testemunha do julgamento de uma providência cautelar contra o encerramento desta maternidade, que decorre no Tribunal Administrativo de Lisboa.
A especialista em ginecologia e obstetrícia disse que, nos últimos anos, a maternidade lisboeta sofreu obras de melhoramento em vários departamentos e reconheceu que a canalização precisa de uma intervenção, embora tenha garantido que “não está em risco a segurança” das utentes.
Em relação ao telhado, Maria José Alves assumiu a necessidade de obras, mas também afiançou que este não está em risco de ruir, nem deixa entrar água, nem põe em causa a integridade física das utentes.
A propósito das obras, e do milhão de euros que tem sido avançado como necessário, Maria José Alves disse que efetivamente a canalização e o arranjo do telhado pressupunha um investimento na ordem dos 1,2 milhões de euros, mas que parte significativa do montante já tinha sido obtida através de concursos no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
A MAC apenas tinha de assegurar 300 mil euros, disse, adiantando que esta informação foi transmitida ao Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC).
Questionada sobre as dimensões físicas e de trabalho da maternidade onde trabalha, Maria José Alves disse que, apesar da diminuição do numero de partos de 2012 para 2011 (menos mil), aumentou o número de grávidas de alto risco seguidas na instituição.
“A obstetrícia é hoje muito mais do que fazer partos”, afirmou, sublinhando a complexidade do trabalho e a multidisciplinaridade das equipas da MAC.
Equipas não sabem o seu futuro
Maria José Alves garantiu que ainda não foi informada do futuro da instituição, nomeadamente quantos médicos da MAC vão para o Hospital Dona Estefânia e quando, nem o que acontece às equipas de unidades como a de gravidez na adolescência, a mais antiga do país.
Sobre as dimensões do Hospital Dona Estefânia, Maria José Alves disse que apenas sabe que este tinha quatro unidades de dilatação (trabalho de parto) e 22 camas, as quais considerou suficientes apenas para cerca de dois mil partos e não para os 3.500 anuais que a presidente do CHLC terá dito que queria realizar, segundo esta especialista.
Lusa