Face à escassez de vacinas e aos atrasos nas entregas por parte de algumas farmacêuticas, o Governo está a estudar a hipótese de afastar no tempo a toma das duas tomas da vacina contra a COVID-19.
O objetivo é cobrir uma maior percentagem da população com, pelo menos, alguma imunidade contra o coronavírus SARS-CoV-2 que causa a COVID-19.
Em entrevista à RTP3, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, admitiu que a possibilidade está em cima da mesa, mas que a decisão ainda não está tomada.
"Estão a fazer a ponderação dessa matéria, porque entre o afastamento que permita vacinar mais gente com a primeira dose, sabendo que pode produzir uma eficácia entre os 60 e os 70%, portanto já confere alguma proteção, nomeadamente às camadas mais vulneráveis, ou ter mais gente com as duas doses vacinadas, é uma relação custo benefício que tem de ser muito ponderada", referiu o governante.
"Estamos a ponderar bem essa matéria para depois tomar a melhor decisão, consoante as necessidades", acrescentou.
Vários estudos mostram que a toma de uma única dose é suficiente para elevar a produção de anticorpos contra o coronavírus SARS-CoV-2, responsável pela COVID-19, em 60% a 70%.
Um estudo divulgado na semana passada, que decorreu em Israel, com base na vacina da Pfizer/BioNTech, mostrou que apenas uma inoculação era suficiente para levar o sistema imunitário a produzir 85% de anticorpos em apenas duas a quatro semanas em profissionais de saúde.
A pandemia de COVID-19 provocou, pelo menos, 2.466.453 mortos no mundo, resultantes de mais de 111 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.023 pessoas dos 798.074 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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