Mais de 300 médicos subscreveram um abaixo-assinado contestando a “falta de equidade” na candidatura às vagas de formação na especialidade de Medicina Geral e Familiar (MGF), disse hoje à agência Lusa fonte da Ordem dos Médicos.

De acordo com a fonte, os médicos internos a terminar o chamado “Ano Comum” (primeiro ano após a formação universitária de seis anos) estão “revoltados” com a alteração do processo de candidatura às vagas de MGF, que os obriga a concorrer por agrupamentos regionais e não por unidades de saúde.

“Isto tem de ser resolvido hoje, porque o prazo de candidatura começa amanhã [sexta-feira]. Há colegas que, perante esta indefinição, estão a desistir de Medicina Geral e Familiar e a equacionar outras especialidades”, disse à Lusa uma das subscritoras, Andreia Castro.

De acordo com Andreia Castro, “há no total 1.403 médicos do Ano Comum que se vão candidatar a formação específica, dos quais 30 por cento deverão, em princípio, preencher as 415 vagas para MGF”, a única especialidade a que não está ser permitida a escolha do local de formação.

“Já conseguimos mobilizar mais de 300 pessoas, sobretudo através do Facebook”, afirmou, realçando que os subscritores do abaixo-assinado continuam à espera de resposta por parte do Ministério da Saúde e da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), porque não sabem sequer quem tomou a decisão nem com que argumentos.

Andreia Castro salientou que, no caso da MGF, a formação é de quatro anos e terá de ser feita sempre na mesma unidade de saúde, pelo que não há vantagens para a ACSS na restrição da candidatura a zonas geográficas.

Pelo contrário, as desvantagens para os candidatos são muitas, salientou, porque correm o risco de ficar numa unidade que não queriam (por estar no concelho que escolheram como primeira opção), vendo um colega pior classificado ficar numa unidade melhor ou até mais próxima, mas localizada no concelho vizinho.

“Este processo levanta questões em termos de seriedade e de transparência”, frisou, notando que “o primeiro mapa de vagas só foi publicado em 11 de novembro e atualizado dia 22”, terça-feira, sem que a ACSS tivesse informado os candidatos da alteração do processo de candidatura, de unidade para agrupamento.

24 de novembro de 2011

@Lusa