Em comunicado, que cita o ministro da Saúde palestiniano, Mai al Kaila, refere-se que o hospital da Amizade Turco-Palestiniana cessou as operações “como resultado dos bombardeamentos das forças de ocupação (Israel)” na segunda e terça-feira e depois de ter ficado sem combustível.

Face a esta situação, alertou o ministro, está em causa o tratamento e a “vida de 70 doentes oncológicos.”

Mai al Kaila chamou a atenção para as condições de saúde catastróficas na Faixa de Gaza devido à ofensiva militar israelita em retaliação por ataques do movimento islamita Hamas contra Israel, e referiu que outros 2.000 pacientes oncológicos suscitam preocupação, numa altura em que 16 dos 35 estabelecimentos médicos do enclave deixaram de funcionar por falta de combustível.

O governante adiantou ainda que o maior hospital de Gaza, o centro médico Al Shifa, “deixará de funcionar em menos de 24 horas” devido à escassez de gasolina, indicando que neste momento apenas estão a funcionar os serviços de emergência, cirurgia, rim, terapia intensiva e incubadoras, uma vez que a mão de obra existente não consegue cobrir as necessidades.

Gaza está sujeita a um cerco israelita que impede praticamente a entrada de alimentos, água, medicamentos e combustível no enclave, com a exceção de cerca de 216 camiões que transportavam mantimentos e que entraram nos últimos dias no posto transfronteiriço de Rafah com o Egito.

Pela primeira vez desde o início do conflito, a passagem abriu parcialmente para a saída de cerca de 80 feridos de Gaza e de aproximadamente 400 pessoas com cidadania estrangeira presas na Faixa de Gaza.

O grupo islamita do Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados que assassinaram cerca de 1.400 pessoas e fizeram mais de duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Segundo o ministério da Saúde do Hamas, os bombardeamentos que Israel tem levado a cabo em Gaza, depois de ter sido atacado pelo Hamas em 07 de outubro, fizeram mais de 8.300 pessoas e mais de 21 mil feridos,

Na terça-feira, o exército israelita bombardeou o campo de refugiados de Jabaliya, no norte da Faixa de Gaza, matando pelo menos 145 pessoas.

Entre as vítimas, segundo o exército israelita, encontra-se Ibrahim Biari, comandante do batalhão central de Jabaliya do Hamas e um dos líderes responsáveis pelo ataque a Israel de 07 de outubro.