A Aspirina é um dos medicamentos mais utilizados em todo o mundo. "O nome vem de: A de acetil; Spir referente à Spiraea ulmaria (Salgueiro, planta de onde se extrai o ácido salicílico) e o in, um sufixo utilizado na época", começa por explicar António Gata Simão, médico e especialista de Medicina Interna.

"Reza uma lenda que Santo Aspirinus, bispo de Nápoles padroeiro das dores de cabeça poderia ter também dado o nome ao medicamento", acrescenta o clínico.

A Aspirina foi apresentada pela Bayer a 10 de outubro de 1897. A farmacêutica registou a patente em março de 1899. Inicialmente em forma de pó, pouco solúvel na água, em 1900 a Bayer começa a comercializar a Aspirina em comprimidos com dosagem padronizada, marco importante na história da Medicina. Em 1906 a marca é registada internacionalmente, sendo então apelidada de “The Wonder Drug” (A Droga Maravilha, em tradução livre).

Saiba mais17 sintomas de cancro ignorados pelos portugueses

Leia tambémAs 10 dores mais insuportáveis do mundo

Em 1949, o médico californiano Lawrence Craven relata à comunidade científica que a aspirina reduz os riscos de ataque cardíaco nos seus doentesEm 1952, o Guiness refere a Aspirina como o analgésico mais consumido em todo o mundo.

Em 1969 a Aspirina devido às suas propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e antipiréticas viaja até à Lua a bordo da nave Apolo 11.

Somente em 1971, John Vane, do Royal College of Surgeons, em Londres, descreveu o mecanismo de ação da Aspirina, como inibidor seletivo e irreversível da COX 1 (Anti agregante plaquetário) , sendo galardoado em 1982 com o Prémio Nobel de Fisiologia e Medicina.

"Atualmente, é usada como antipirético, anti-inflamatório e analgésico, com múltiplas indicações. É ainda utilizada como analgésico e anti-inflamatório no alívio de vários tipos de dor, enxaqueca, dores musculares, dores de dentes. É também usada como antipirético, nos adultos, para o alívio da febre e dores de cabeça", indica António Gata Simão.

O uso de Aspirina nos doentes de risco cardiovascular elevado, para prevenção de eventos vasculares, é uma das boas práticas clínicas, centrada no doente, salienta ainda o especialista.

Estudos recentes sugerem que a aspirina pode eventualmente ter um efeito quimio-preventivo nalgumas formas de cancro nomeadamente no cancro colorretal e no cancro de mama.

No entanto, o médico alerta que a toma deste fármaco está associada a um risco de hemorragia em "pacientes com doenças que aumentem o risco hemorrágico, nomeadamente no idoso". "Por isso os pacientes deverão seguir as recomendações do seu médico assistente", frisa.