Os serviços de emergência neozelandeses chegam a receber 30 chamadas por semana na sequência de overdoses provocadas pelo consumo de canábis sintética. Até 2014 a venda de canábis não era penalizada no país e podia ser adquirida de forma relativamente segura e barata em várias lojas.

Devido ao crescente número de mortes, o regulador neozelandês já pediu "ação rápida" para banir a canábis sintética do mercado negro e devolver a possibilidade de se comprar legalmente canábis natural.

10 benefícios científicos comprovados da canábis terapêutica
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A canábis sintética é mais barata do que a canábis natural. "Vamos legalizar a canábis natural para nos livrarmos de coisas sintéticas", disse Ross Bell, diretor executivo da Food and Drug Administration (FDA) em entrevista à rádio New Zealand.

O ministro da Saúde, David Clark, também já comentou a polémica: "As pessoas estão a vender este tipo de substâncias ilegalmente e estão conscientemente a matar pessoas", disse, após classificar a situação como sendo "profundamente preocupante".

Discussão pública centra-se na canábis terapêutica

A primeira-ministra do Partido Trabalhista da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, apoia a legalização da canábis para uso medicinal há vários anos.

Esta semana, o Partido Nacional, força da oposição, propôs a introdução da canábis para fins terapêuticos no país, sob supervisão médica e na forma farmacológica.

A canábis para fins recreativos não é, no entanto, um tema em discussão pública atualmente naquele país.

Andrew McAllister foi um dos consumidores que morreu depois de consumir drogas sintéticas.

"Pensei que ele estivesse a dormir, porque é o que normalmente fazemos depois de fumar", disse um dos amigos de McAllister, à referida rádio.

Andrew McAllister acabou por morrer na sequência de um ataque cardíaco fulminante.