Uma dezena de pessoas forçou hoje a entrada no centro de saúde de Queluz, durante uma vigília organizada pela Comissão de Utentes de Saúde de Sintra contra a falta de médicos de família no concelho.

Às 7:46, cerca de dez pessoas, na sua maioria idosos que se encontravam há várias horas a aguardar a abertura do equipamento de saúde (às 8:00), forçaram a entrada no centro de saúde de Queluz sem que o segurança os conseguisse impedir.

Quinze minutos depois, já com as pessoas dentro das instalações, chegou a PSP ao local, conseguindo serenar os ânimos.

O incidente ocorreu durante uma vigília organizada pela Comissão de Utentes de Saúde de Sintra, em protesto contra a "degradação das condições dos centros de saúde" e contra o aumento das taxas moderadoras e a falta de médicos de família no concelho de Sintra.

"Este centro de saúde tem 30 mil inscritos e nove mil não têm médico de família, o que obriga as pessoas a virem muito cedo na expetativa de arranjar uma consulta. Hoje, devido à nossa presença as pessoas sentiram-se mais acompanhadas nas suas exigências e forçaram a entrada no centro de saúde porque não aceitam mais estar à espera ao frio", disse à agência Lusa, Paula Borges, porta-voz da comissão.

Aos 82 anos, Francisco Lemos, foi o primeiro a fazer fila à porta do centro de saúde e um dos principais a reclamar a entrada mais cedo.

"Hoje vim às 4:30. Fiz uma pequena cirurgia no hospital e isto infetou e estou farto de cá vir e nunca consigo ter consulta. Já vim às 6:00 e quando chega a minha vez já não há consultas", disse o idoso à agência Lusa.

Às 7:00, Ricardo Trindade era o ultimo de uma fila que "todos os dias" se organiza à porta do centro de saúde da rua dos Lusíadas que abre portas às 8:00.

Este utente sem médico de família disse que já tentou por diversas vezes obter uma consulta e que por essa razão é que hoje se deslocou "mais cedo" a esta unidade.

As restantes vigílias vão decorrer nos centros de saúde de Agualva (18), Rio de Mouro (23), e Mem-Martins (24), às 07:00 e terminam no dia 27 em frente ao Hospital Amadora-Sintra.

17 de janeiro de 2012

@Lusa