
Conhecida desde os tempos bíblicos, a lepra, uma doença infeciosa altamente contagiosa que suprime a sensação térmica e afeta a pele, ainda encerra alguns mistérios. Durante muitos anos, a origem desta doença infecciosa crónica era atribuída apenas a uma bactéria, o bacilo mycobacterium leprae. Em 2008, foi descoberto um novo bacilo, o mycobacterium lepromatosis e, desde então, uma equipa de cientistas sequenciou o genoma da nova espécie e comparou-o com a antiga. Os resultados, agora divulgados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, revelam que as duas bactérias são semelhantes.
Apesar de a lepra ser uma doença com mais de quatro mil anos, não se sabe ainda como é que os bacilos conseguem escapar ao sistema imunitário nem por que é que o período de incubação nuns casos é de poucos meses e noutros chega aos 20 anos. O estudo agora desenvolvido pode contribuir para criar estratégias para prevenir a doença que, apesar de erradicada em muitos países, ainda conta com 200.000 casos anuais no mundo inteiro, incindindo sobretudo em África e na Índia. Em Portugal, entre 2000 e 2010, registou-se uma média de seis novos casos por ano.
Comentários