25 de fevereiro de 2013 - 16h57
O deputado António Filipe (PCP) afirmou hoje que devem existir soluções que aproximem as pessoas da prestação de cuidados médicos, através de novas formas de incentivo, para uma melhor distribuição dos profissionais de saúde pelo território nacional.
De visita ao serviço de urgência do hospital de Abrantes, que concentra as urgências médico-cirúrgicas do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) e dos três hospitais a ele associados (Abrantes, Tomar e Torres Novas), António Filipe disse que o elevado volume de procura às urgências daquela unidade hospitalar "desequilibra o serviço e resulta da escassez de médicos de família para o atendimento em cuidados de proximidade".
Em declarações à agência Lusa, o deputado eleito pelo distrito de Santarém disse que os serviços médicos prestados pelo CHMT abarcam uma "área geográfica imensa, com população muito idosa e com dificuldade de mobilidade, que não encontra médicos de família na sua área de residência [nos centros de saúde], nem por vezes nos próprios hospitais" para onde se deslocam.
Por outro lado, acrescentou, "existe um sub financiamento por parte do Serviço Nacional de Saúde que resulta em escassez de meios técnicos e humanos no próprio hospital, que não está preparado nem foi feito para substituir a rede de cuidados primários" de saúde.
"Muitas pessoas já nem procuram cuidados médicos nem tomam os medicamentos", notou António Filipe, preocupado com uma realidade que aponta, por um lado, para uma redução de 22 por cento na procura dos serviços de urgência no CHMT, e, por outro, para uma "escassez de meios humanos" naquela unidade hospitalar, com 148 médicos no ativo e com vagas por preencher.
"No último concurso para admissão de profissionais de saúde", notou, "só 12 das 30 vagas disponíveis foram preenchidas, situação que deriva de uma deficiente distribuição geográfica dos médicos de família, concentrados nos grandes meios urbanos como Lisboa e Coimbra, por exemplo".
O deputado comunista disse ainda que o "estado calamitoso que se observa hoje na prestação de cuidados primários de saúde, traduz-se em situações muito penosas para os utentes", tendo feito notar que "muitos abandonam os tratamentos médicos, sem dinheiro para os remédios, taxas moderadoras e acrescidas despesas com deslocações".
António Filipe disse à Lusa que vai questionar o Ministério da Saúde no sentido de encontrar "soluções que aproximem e não afastem as pessoas" da prestação de cuidados médicos.
Lusa